Uma nova pandemia preocupa o mundo. Portanto, os países-membros da Organização Mundial da Saúde, OMS, realizarão uma reunião excepcional em Genebra, nesta segunda (29). O encontro será uma tentativa de buscar estratégias para combater melhor um próximo surto de doença.
Essa reunião excepcional da Assembleia Mundial da Saúde – órgão supremo de decisão da ONU, que reúne seus 194 membros – vai durar três dias. Afinal, é preciso tempo para debater apenas o assunto, em um momento em que a Europa vive a quinta onda da pandemia de Covid-19. Mas quando o surgimento de uma nova variante é motivo de preocupação em todo o planeta.
A reunião também marca os dois anos do início da pandemia que custou milhões de vidas e trilhões de dólares. A gestão da Covid mostrou os limites aos quais a OMS tem direito e recursos, mas a comunidade internacional está dividida.
A reunião da OMS para combater próxima pandemia
O objetivo da reunião é debater a melhor forma de dotar a OMS de um marco jurídico para enfrentar com mais eficiência uma futura crise. Seja em forma de tratado internacional ou em alguma outra fórmula.
O Regulamento Sanitário Internacional que guiou o trabalho da OMS desde 2005 não está projetado para enfrentar uma crise da envergadura da Covid-19. Portanto, é preciso ter novas estratégias para combater uma possível pandemia.
Segundo o diretor-geral da ONU, Tedros Adhanom Ghebreyesus, as autoridades não fazem nada e depois entramos em pânico. Por isso, há um ciclo vicioso em questão. De acordo com ele, o caos causado por esta pandemia só destaca o porquê de o mundo precisar de um acordo internacional infalível que estabeleça as normas.
Os países da OMS entram em divergência de opinião
Os Estados Unidos não são a favor de um tratado, pois preferem um processo mais rápido para combater a emergência. Mas, por outro lado, quase 70 países apoiam um tratado. Eles afirmam que é a única proposta substancial que poderia garantir uma resposta mundial rápida, conjunta, eficaz e igualitária para a próxima pandemia.
Independente do que será feito, no futuro é preciso um compromisso sustentado no mais alto nível político. Um diplomata da União Europeia pediu um marco jurídico vinculante para estruturá-lo por completo.
O diretor jurídico da OMS, acredita que há boas razões para pensar que é possível encontrar uma solução coletiva. A ex-primeira-ministra da Nova Zelândia, Helen Clark, pediu para todos colocarem a mão na obra.
O relatório propôs um acordo-quadro para a OMS, que permite definir rapidamente o essencial e depois ampliá-lo quando for necessário. Mas um grupo de trabalho foi criado para redigir uma resolução que possa ser debatida durante a reunião que começa nesta segunda-feira.
Segundo Jaouad Mahjour, as recomendações a serem debatidas se dividem em quatro categorias: igualdade, governança e liderança, financiamento em nível nacional e internacional, e sistemas e ferramentas para responder a uma crise sanitária mundial.
O mundo não pode permitir que haja uma nova pandemia. Portanto, é preciso se preparar caso o vírus volte a ficar em alta e comprometer a saúde global.