O Ministério da Educação (MEC) vai passar por uma inspeção do Tribunal de Contas da União (TCU) para que sejam apuradas as suspeitas sobre a suposta interferência de pastores nos repasses feitos pela pasta a prefeituras. A ordem para a realização dessa inspeção foi dada nesta segunda-feira (04) pelo ministro do tribunal Walton Alencar Rodrigues e acontece por conta das denúncias feitas em março.
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Na primeira delas, apresentada em uma reportagem do jornal “O Estado de S. Paulo”, apontou-se a existência de um “gabinete paralelo”. Segundo a publicação, esse grupo era formado por pastores, que controlariam a liberação de verbas e a agenda do Ministério da Educação.
Alguns dias depois, a “Folha de S.Paulo” publicou um áudio. Na gravação, o então ministro do MEC, Milton Ribeiro, diz que estava repassando verbas para municípios indicados pelos pastores Gilmar Silva e Arilton Moura. Esses atos, segundo o ex-chefe da pasta, iam ao encontro do que havia pedido o presidente Jair Bolsonaro (PL).
Investigação no MEC
Na última semana, o TCU já havia determinado a abertura de uma investigação sobre a estrutura do MEC responsável pela transferência de recursos a municípios. No entanto, nesta segunda, o ministro Walton Alencar afirmou ter constatado que a fiscalização autorizada na semana passada é mais ampla, e que o caso em questão exige uma fiscalização mais focada.
“Como a abrangência da fiscalização aprovada pelo Plenário é maior do que a questão tratada nestes autos, mostra-se mais adequado que apuração a ser realizada na presente representação seja iniciada com a maior brevidade possível e, dessa forma, conceda subsídios para a fiscalização mais abrangente”, disse o ministro.
De acordo com o TCU, inspeção será realizada pela Secretaria de Controle Externo da Educação, da Cultura e do Desporto do tribunal. Apesar de a decisão já estar valendo, ela ainda vai ser confirmada no plenário, por todos os ministros.
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