A cantora Manu Gavassi foi processada nesta terça-feira (26) pelo vereador de São Paulo Rubinho Nunes (União Brasil), integrante do Movimento Brasil Livre (MBL). O motivo: ela ter declarado apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) durante um show realizado em Natal, no Rio Grande do Norte.
Essa declaração de apoio de Manu Gavassi foi feita na última sexta-feira (22) quando a artista, durante seu show, exibiu no telão uma estrela branca sobre o fundo vermelho, fazendo alusão à estrela do Partido dos Trabalhadores (PT).
Nos últimos meses, Rubinho Nunes, que neste ano tentará uma vaga como deputado federal, tem processado artistas que se manifestaram de maneira pública em seus shows, sobre suas intenções de voto para as eleições de 2022. O vereador já entrou na Justiça contra artistas como Juliette e Nando Reis pelos mesmos motivos.
Em entrevista ao canal “CNN Brasil”, ele afirmou que os processos visam impedir “subcelebridades atuando como cangaceiros eleitorais”. Na ação, o vereador pede que a Justiça determine que a publicação sobre o show seja apagada das redes sociais da artista e do PT de São Paulo. Além disso, ele pediu que o partido e a cantora sejam condenados ao pagamento de multas “previstas na Lei das Eleições”.
A publicação que o vereador pediu para ser excluída é uma foto de Manu Gavassi no show realizado em Natal. Na legenda da imagem, ela afirmou: “Tendo um claro posicionamento político, laço no cabelo e bom senso crítico com vocês”.
Desde 2006, os chamados “showmícios” são proibidos no Brasil, sendo que a realização deles pode render uma multa que varia de R$ 5 mil a R$ 25 mil. Todavia, de acordo com um entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF), os artistas podem manifestar o seu apoio a determinado candidato em um show próprio sem configurar irregularidade na campanha.
Vereador coleciona outros processos
Além dos artistas citados, o vereador afirmou que processou também políticos como Lula, Fernando Haddad (PT) e Guilherme Boulos (PSOL) por causa da distribuição de panfletos. Além disso, ele também acionou a Justiça acusando o candidato ao governo de São Paulo Tarcisio de Freitas (Republicanos), o presidenciável Ciro Gomes (PDT), a Central Única dos Trabalhadores (CUT), a Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) e um perfil nas redes sociais identificado como “Choquei” por supostas propagandas irregulares.
Na entrevista à “CNN Brasil”, ele afirmou que, com essas ações, visa “coibir o descumprimento à Lei Eleitoral em razão da sensação de impunidade que esses artistas têm”. “As manifestações fora do período e em eventos pagos na sua maioria com dinheiro público, além de afrontar a Lei ainda ferem o princípio da moralidade administrativa”, afirmou o político.
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