Nesta semana, assim como publicou o Brasil123, o Ministério da Saúde divulgou uma orientação de que adolescentes sem comorbidades não fossem vacinados contra a Covid-19 no momento. Todavia, 20 capitais, mais o Distrito Federal, optaram por não aceitar a determinação da pasta e, com isso, decidiram continuar vacinando os jovens.
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De acordo com o “Jornal Hoje”, da “TV Globo”, que é quem fez o levantamento, as faixas etárias variam conforme o lugar. Além disso, a matéria do jornal também revelou que a aplicação depende do estoque de doses disponíveis.
Nesse sentido, segundo o “Jornal Hoje”, continuam vacinando os jovens as seguintes capitais:
- Porto Alegre;
- Florianópolis;
- São Paulo;
- Rio de Janeiro;
- Vitória;
- Belo Horizonte;
- Palmas;
- Belém;
- Boa Vista;
- Rio Branco;
- Porto Velho;
- Manaus;
- Maceió;
- Fortaleza;
- São Luís;
- Recife;
- Aracajú;
- Salvador;
- Campo Grande;
- E o Distrito Federal.
Médicos do Ministério da Saúde podem pedir demissão
De acordo com as informações, na sexta (17), médicos que hoje fazem parte da Assessoria de Câmara Técnica do Ministério da Saúde se reuniram virtualmente e ameaçaram pedir demissão se a pasta não voltasse atrás e revisse a orientação de não vacinar os adolescentes.
Segundo Rosana Melo, a secretária de Atenção Especializada à Saúde, a reunião, feita virtualmente, foi considerada um ultimato para o Ministério da Saúde, pois, ou a pasta revê a orientação, ou os cientistas e pesquisadores vão renunciar aos seus cargos.
Orientação da pasta
No decorrer da semana, o Brasil123 publicou que, em uma nota técnica, o Ministério da Saúde disse que a Organização Mundial de Saúde (OMS) não recomenda a imunização de crianças e adolescentes e, por isso, deu uma recomendação neste sentido.
Todavia, a afirmação é inverídica, pois, na realidade, o que orienta a OMS é apenas que a vacina seja aplicada em adolescentes quando a cobertura vacinal estiver alta nos grupos prioritários.
Falas do ministro da Saúde
Segundo o infectologista Francisco Oliveira Junior, em entrevista ao “Jornal Hoje”, declarações feitas pelo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, estão causando atritos com a equipe técnica de médicos da pasta.
Uma dessas declarações, disse Francisco Oliveira, foi feita por Queiroga para dizer sobre uma possível onda de efeitos colaterais em adolescentes vacinados.
Todavia, o infectologista detalha que foram 1.500 reações adversas registradas em 3,5 milhões de doses aplicadas, o que representa 0,04% de taxa de reação vacinal, o que, para Francisco Oliveira Junior, representa um número “baixíssimo”.
“Na verdade, se espera até mais do que isso. Então, essa taxa não justifica por si só, e nenhum outro fato acontecido justificaria a suspensão da vacinação baseada unicamente em critérios de segurança”, começou.
“A gente sabe que essa vacina já foi aplicada em mais de 10 milhões de adolescentes nos EUA, ela está sendo aplicada no Canadá, países europeus, em Israel, a gente já tem experiência acumulada que nos permite, com segurança, garantir que essa vacina é segura”, completou o especialista.
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