Uma mãe, moradora da cidade de Itaguaí, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, revelou que foi pressionada a não vacinar sua filha contra a Covid-19. A informação foi divulgada nesta terça-feira (25) pelo jornal “RJ1”, da “TV Globo”, que ainda relatou que a secretaria de saúde está cobrando que um termo de responsabilidade seja assinado pelos pais que imunizam seus filhos contra o vírus, uma prática irregular.
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“Vacinei minha filha semana passada. Contrariada, assinei o bendito termo”, relatou a mulher, completando ainda que, após a assinatura, foi levada para uma sala com mais três pais. “De portas fechadas, a agente de saúde leu trocentas reações adversas que poderiam acontecer com as crianças”, disse.
Em outro trecho da entrevista, a mãe disse que a funcionária sinalizou ainda que era contra a vacinação infantil. Não suficiente, a informação é que essa mesma mulher disse explicitamente que não vacinaria o filho contra a Covid-19. “Foi horrível, um terrorismo. Minha filha tomou a vacina e não teve reação nenhuma. Está linda e feliz por ter tomado a vacina”, destacou a mãe.
Termo para a vacinação
A cobrança de um termo de responsabilidade era um desejo do Ministério da Saúde, mas, após uma audiência pública realizada no começo deste mês, ficou determinado que o documento não poderia ser cobrado em nenhuma unidade do Brasil.
Mesmo assim, na cidade de Itajaí e em outras do Rio de Janeiro como Nilópolis, na Baixada Fluminense, o documento vem sendo cobrado irregularmente. Por conta disso, em nota, o Ministério Público (MP) do estado informou que vai investigar o caso.
Segundo o órgão, essa exigência tem impactado na adesão à campanha de vacinação na cidade de Itajaí, por exemplo. Prova disso é que o local está com doses sobrando. Hoje, o termo de assentimento só é necessário em uma ocasião: quando pais de crianças de cinco a 11 anos não estão presentes no local da imunização.
“Uma atendente me deu um termo para eu assinar, termo de responsabilidade. No termo dizia que eu devia assinar para estar autorizando meu filho a tomar a vacina da Covid. Eu achei estranho, né? Eu responsável legal, eu levei meu filho para se vacinar, e preciso assinar um termo de responsabilidade. Em outras vacinas que ele tomou, nunca aconteceu isso”, revelou uma moradora de Araruama, também no Rio de Janeiro.
A imunização das crianças
A vacinação nas crianças começou no meio deste mês de janeiro. Hoje, os menores a partir de cinco anos estão recebendo o imunizante da fabricante Pfizer, aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em dezembro do ano passado. Na semana passada, a mesma entidade liberou a vacinação usando a vacina CoronaVac.
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