Lula não quer participar da guerra entre Rússia e Ucrânia

Em Munique, na Alemanha, o Ministro das Relações Exteriores do governo Lula, Mauro Vieira, representando o Brasil na 59ª Conferência de Segurança, que reúne mais de 40 líderes mundiais, reiterou que o Brasil não enviará munição de tanque para a Ucrânia. Criada em 1962, a Conferência de Segurança de Munique tornou-se um dos principais fóruns globais de discussão e reflexão sobre os desafios à paz e segurança internacionais. Importante destacar que, pela segunda vez consecutiva, a Conferência não conta com a participação da Rússia.

Avaliação do governo Lula

De acordo com o Ministro de Lula, a possibilidade de envio de munição à Ucrânia seria uma medida de participação do Brasil na guerra. “Não vamos fazer isso” disse Mauro Vieira. Contudo, Vieira enfatizou a disposição do país de participar de uma mediação para se chegar a uma trégua e depois para negociar a paz: “O Brasil está pronto para ajudar sempre que possível”, afirmou. “Em vez de participar de uma guerra, preferimos falar de paz”, acrescentou.

Macron comenta sobre a decisão

O presidente francês, Emmanuel Macron, reconheceu que os países do chamado sul global, jargão que define países como Brasil e Índia, desconfiam do Ocidente devido à guerra na Ucrânia.“Estou muito impressionado como estamos perdendo a confiança do Sul Global”, disse Macron, sobre o contexto do conflito, no primeiro dia da Conferência de Segurança de Munique, principal fórum de discussão mundial de segurança, que ocorre na cidade alemã desde 1963.

Importante destacar que, apesar de o líder francês não entrar em detalhes, o fato é que, embora tenham condenado a invasão russa, que completará um ano na próxima semana, os países se distanciaram da campanha do Ocidente contra Moscou, em grande parte devido a seus próprios interesses econômicos.

Participação da Rússia na economia brasileira

No Brasil, a prioridade foi dada à Rússia como fornecedora de 30% dos fertilizantes do agronegócio. Assim, sob a liderança de Jair Bolsonaro (PL) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT), prevaleceu a tradicional posição do Itamaraty de defender as negociações.

Contudo, Lula foi forçado a reverter sua posição, especialmente depois que negou ter vendido munição de tanque à Alemanha para transferência para Kiev. Vale lembrar que em 2022, Lula disse em entrevista à revista Time que os presidentes russo e ucraniano foram igualmente responsáveis ​​pelo conflito. Em suma, vale lembrar que em 2022, Lula disse em entrevista à revista Time que os presidentes da Rússia e da Ucrânia tinham a mesma responsabilidade sobre o conflito.