Lisa Gomes foi surpreendida por policiais da Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Creadi), na sede da RedeTV!, em São Paulo, nesta segunda-feira (26). De acordo com o colunista Lucas Pasin, ela foi intimada a depor no processo contra o sertanejo Bruno, acusado de transfobia contra ela.
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De acordo com fontes do jornalista, a repórter do ‘A Tarde é Sua’, da RedeTV!, não queria a criminalização do cantor, apenas processá-lo na esfera cível. No entanto, a polícia entende que ela precisa cooperar com as investigações que foram abertas pelo Ministério Público.
Lisa, inclusive, teria ficado muito abalada ao ser abordada na porta da RedeTV! e teve uma crise de choro. Aos colegas, ela admitiu que se sentiu intimidada no ambiente de trabalho. O processo contra Bruno, da dupla com Marrone, ao Ministério Público foi feito pela Associação dos LGBT+.
Em entrevista, Lisa falou sobre o processo que estava entrando: “Sei que lidar com a Justiça não é fácil, teremos algumas barreiras pela frente, mas, com certeza, pela própria repercussão do caso, o Bruno vai pensar 10 vezes antes de ser transfóbico, homofóbico ou em falar qualquer besteira”.
Relembre o ocorrido
Lisa Gomes, repórter da RedeTV!, desabafou em entrevista para o colunista Lucas Pasin, do site Uol Splash, em maio deste ano, após ter sofrido transfobia do cantor Bruno, da dupla com Marrone. Durante bate-papo, ele a questionou – um mulher trans – da seguinte maneira: “Você tem pau?”.
Um dia depois, Bruno publicou um vídeo de retratação pública, mas Lisa não aceitou: “Sem sombra de dúvidas eu quero que as medidas judiciais sejam tomadas. A comunidade precisa dessa resposta para mostrar que a gente não pode baixar a cabeça, ficar com medo de não meter um processo e correr atrás dos nossos direitos”.
A repórter revela que ele indagou se poderia ser seu amigo e ela recusou, afirmando que nunca ficaria do lado de uma pessoa transfóbica: “Ele me ligou por pressão. O fato aconteceu na sexta, sábado já estava exposto, e ele foi me ligar só na segunda à noite após toda a repercussão. Não sinto que ele tenha aprendido nada. O arrependimento pode até ter acontecido, mas não foi de uma forma natural. Não senti verdade no vídeo dele. Não senti firmeza em suas palavras”.
Em 27 de maio, ele foi denunciado para o Ministério Público por crime de transfobia.
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