Nesta terça-feira (21), senadores da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid criticaram o discurso do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na Assembleia Geral da ONU (Organização das Nações Unidas), afirmando que o mandatário brasileiro “mentiu do começo ao fim”.
Em sua fala, Bolsonaro voltou a criticar o lockdown, medida comprovadamente eficaz para controlar o avanço do novo coronavírus, e defendeu o tratamento precoce com medicamentos sem eficácia para combater ou prevenir a Covid-19.
“Bolsonaro mentiu do início ao fim, e ao invés de defender a vacina, criticou o passaporte da vacina, que tem dado resultados bons no mundo todo, e falou sobre um tratamento sem efetividade contra à covid-19! Um vexame mundial!”, disse o vice-presidente da CPI, Randolfe Rodrigues (Rede-AP).
Randolfe também questionou o fato de Bolsonaro ter dito que não há corrupção em seu governo.
“Rachadinha / 1 dólar por vacina / Prevaricação / Orçamento paralelo / Empresas investigadas em conluio com o Governo. Como assim não há corrupção no seu Governo, Jair Bolsonaro? Quer enganar quem?”, postou o senador no Twitter.
Relator da CPI da Covid diz que Bolsonaro mentiu no discurso na ONU
O relator da CPI, senador Renan Calheiros (MDB-AL) foi outro que não poupou críticas ao presidente da República. “O presidente mentiu do começo ao fim do seu discurso. Vergonhoso. Parece que ele estava falando de outro país que não esse velho Brasil com as contradições que todos nós vemos”, afirmou.
“Bolsonaro também mentiu sobre a participação de milhões na manifestação de 7 de setembro. Não foram mais do que 30 mil pessoas, e hoje nós sabemos a que custo. O golpista do cercadinho repetiu seu negacionismo e sua limitação cognitiva para todo o mundo. A frieza nas reações, após dez minutos de fake news sobre o Brasil, foi eloquente sobre a sua irrelevância.”, ressaltou Renan.
Já o senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE), membro suplente da CPI da Covid, citou o “cercadinho” — local onde Bolsonaro recebe apoiadores no Palácio da Alvorada — ao criticar o presidente.
“Bolsonaro conseguiu um feito extraordinário: levar o cercadinho à Assembleia Geral da ONU. Ignorou totalmente o Brasil real e falou sobre o país imaginário que flutua na bolha de desinformação das redes sociais. É motivo de vergonha mundial, mas não dá para dizer que é surpresa.”, escreveu Vieira, que também é pré-candidato à presidência em 2022.