Laudo aponta que mulher presa por matar personal trainer a facadas não pode ser presa

Um laudo feito por um perito do Instituto de Medicina Social e de Criminologia de São Paulo (IMESC) constatou que Sidileide Normanha da Paixão Santos, acusada de ter matado a facadas a personal trainer Andressa Serantoni Zacaron, é portadora de transtorno delirante orgânico e transtorno psicótico.

Por conta desse laudo, divulgado nesta sexta-feira (11), a mulher é considerada inimputável, pois tem doença mental e é incapaz de entender o caráter ilícito do fato. Sendo assim, ela não pode ser responsabilizada pelo crime. Apesar disso, ela pode sofrer medidas de segurança, como a internação.

Segundo Richard Rigolino, médico psiquiátrico responsável pelo laudo, quando o crime aconteceu, a mulher não estava em sua plena capacidade mental por conta de um distúrbio neuropsiquiátrico. Ainda de acordo com ele, pelas características do transtorno, “há possibilidade de reincidência no delito em pauta ou no cometimento de outros”.

No laudo, o médico aponta que a mulher deve ser submetida a tratamento psiquiátrico compulsório em regime de internação em um hospital de custódia. Além dela, seu marido, Joel Fernandes Santos, que foi preso pelo crime, também passou pelo exame de insanidade mental, mas, até o momento, seu resultado ainda não foi divulgado.

As perícias aconteceram no mês de janeiro e foram realizadas por conta de um pedido de Gustavo Cipullo Nesteruk Moreira, advogado dos dois. Caso o marido também seja considerado inimputável, os dois deixarão de ser punidos criminalmente e poderão ser internados em um hospital psiquiátrico.

No laudo, o perito responsável ainda alertou que “há possibilidade de reincidência no delito em pauta ou no cometimento de outros”. (Foto: reprodução)

Morte da personal trainer

O crime aconteceu em agosto de 2020 na cidade de São José do Rio Preto, no interior de São Paulo. De acordo com as investigações, Sidileide tinha o costume de, sem autorização, filmar seus vizinhos, o que acabava acarretando desentendimentos.

No dia do crime, a mulher passou a filmar a personal trainer, que estava alimentando seu cachorro. Ao questionar a suspeita sobre o porquê da filmagem, a vítima foi perguntada se fazia parte de alguma quadrilha para não poder ser filmada.

Na ocasião, as duas começaram a discutir e Sidileide agarrou Andressa e disse ao marido: “vai lá, pega lá para a gente resolver”. O homem foi até seu carro, pegou duas facas, uma para ele e outra para ela. Depois disso, eles passaram a esfaquear a vítima. Ao todo, foram mais de 30 facadas na mulher, que morreu no local.

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