A companhia aérea Latam informou ontem (31) que vai iniciar um processo de demissão de, no mínimo, 2,7 mil pilotos e comissários. Em comunicado, a companhia aérea afirmou que abriu um pedido de demissão voluntária (PDV) até 4 de agosto. A partir da quarta-feira (5), iniciarão as demissões.
A demissão anunciada corresponde a 38% do total de tripulantes da companhia aérea, de acordo com o Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA).
A decisão de demitir os empregados foi tomada após as negociações com o sindicato falharem. Isto porque os tripulantes rejeitaram que o SNA continue discutindo com a Latam uma redução permanente de salários.
“A Latam é a maior e mais antiga das três empresas que atuam no Brasil e remunera mais os tripulantes tanto em voos domésticos quanto em internacionais, por isso, a empresa tem a necessidade de equiparar-se às práticas do setor”, informou a companhia em nota.
Dificuldades da Latam
As dificuldades para a companhia aérea se agravaram em decorrência da pandemia do novo coronavírus. No início de julho, a Latam Brasil entrou com pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos. Atualmente, a Latam Brasil tem uma dívida de R$ 7 bilhões, principalmetne com empresas de leasing e bancos.
Do mesmo modo, o grupo Latam Airlines e suas afiliadas no Chile, Peru, Colômbia, Equador e Estados Unidos já tinham entrado, em maio, no processo de reestruturação de dívida sob a proteção do Capítulo 11 da lei de falências dos Estados Unidos. A medida permite um prazo para que as empresas se reorganizem financeiramente.
No total, todo o grupo Latam tem uma dívida de US$ 10 bilhões. Se consideradas as provisões futuras, a soma chega a US$ 17,9 bilhões.