Réu por ter cometido crimes sexuais contra 18 mulheres entre 2005 e 2021, o cirurgião plástico Klaus Wietzke Brodbeck está de volta às ruas. O médico foi liberado da cadeia na terça-feira (26) pela superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe) depois que uma decisão judicial autorizou que ele deixasse a Penitenciária Estadual de Canoas, na Região Metropolitana de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul.
Em entrevista ao portal “Zero Hora”, Diego Cabral, advogado do cirurgião, afirmou que inúmeros documentos apresentados à Justiça mostraram que supostas vítimas mentiram em seus depoimentos e, por isso, o pedido de liberdade foi acolhido pela juíza Rosália Huyer, da 2ª Vara Criminal do Foro Central, em Porto Alegre.
“Nesses documentos, englobam algumas das supostas vítimas, que tiveram envolvimento consensual e mentiram na ocorrência policial e na declaração que fizeram. Todas as coisas que estava falando no começo do inquérito somente agora estão se concretizando”, afirmou.
“A juíza, com uma grande cautela, viu que ele tem condições de responder ao delito em liberdade. Ele vai cumprir todas as determinações”, detalhou o advogado de Klaus, que havia sido preso em julho deste ano. Para ser mantido livre, o médico deverá cumprir algumas medidas, como entregar seu passaporte e não sair do país.
Médico acusado de estupro
Segundo uma denúncia feita pelo Ministério Público do estado (MP-RS) em setembro deste ano, o médico é acusado de ter cometido pelo menos 34 estupros, violações sexuais, fraudes e atentados violentos ao pudor. Conforme a denúncia do órgão, pessoas que foram vítimas do homem o procuravam porque ele é um especialista em bioplastia de glúteos.
“Elas chegavam no consultório e, diante de uma sumidade na área da cirurgia plástica, não imaginavam que aquele médico respeitado, com tantas clientes bonitas, abusaria delas. Pensavam estar imaginando coisas”, escreveu na denúncia a promotora Claudia Regina Lenz Rosa.
“Muitas vezes ele passava a mão nas partes íntimas. Em outras, o ato ficava explícito, como quando, por exemplo, ele propunha sexo como forma de pagamento e, muitas vezes, estuprava diante da negativa”, completou ela, que afirmou que mais de 140 pessoas foram ouvidas – 80 eram vítimas dos crimes do médico, que responde agora ao processo em liberdade.
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