A Justiça do Trabalho do Rio de Janeiro decidiu, na noite de segunda-feira (06), que o presidente afastado da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Rogério Caboclo, não poderá voltar à entidade até setembro de 2022. Ele é investigado por assédio sexual, moral e agressões.
O afastamento de um ano foi decidido por Aline Maria Leporaci Lopes, do Tribunal Regional do Trabalho do Rio de Janeiro, e foi ao encontro do que pediu Ministério Público do Trabalho.
Na decisão, que cabe recurso, a juíza ainda determinou uma multa de R$ 500 mil por dia caso a CBF ou Caboclo desobedeça a decisão. O mandatário da entidade está afastado desde junho, quando áudios e denúncias de um suposto assédio sexual moral cometidos contra uma funcionária da entidade vieram à tona.
De acordo com Aline Maria, a decisão de afastar Rogério Caboclo foi tomada a fim de proteger os funcionários que denunciaram o dirigente. Isso porque, depois da primeira denúncia, outras duas mulheres afirmaram ter sido vítimas de assédio sexual do presidente da entidade máxima do futebol brasileiro e um terceiro funcionário relatou ameaças e agressões.
As denúncias contra Caboclo
Ao todo, três mulheres denunciaram o presidente da CBF por assédio. Apesar das acusações, Rogério Caboclo nega que tenha cometido os atos. A primeira denúncia, assim como publicou o Brasil123, foi revelada em julho, quando uma funcionária o acusou de assédio sexual e assédio moral.
O segundo relato veio a público no mês seguinte, quando uma mulher afirmou ter sido assediada durante um voo para Madri, na Espanha. A terceira denúncia também foi feita em agosto e, além do assédio moral, teve o relato de supostas agressões do acusado.
Este denunciante em questão foi o diretor de Tecnologia da Informação da CBF, Fernando França, que afirmou que o executivo praticou “condutas ilícitas e repugnantes”. Segundo Fernando, ele foi “injuriado, difamado e sofreu agressões ameaçadoras, o que, sem dúvida, caracteriza abuso de poder e afronta ao princípio da moralidade”.
Não suficiente, o diretor da CBF também afirma que Rogério Caboclo pediu a ele que “grampeasse, monitorasse e quebrasse sigilo fiscal” da funcionária que fez a primeira denúncia de assédio.
Atualmente, a CBF é comandada por Ednaldo Rodrigues, ex-presidentes da Federação Bahiana de Futebol. Isso porque, além da suspensão da juíza da Justiça carioca, Rogério Cabloco também foi suspenso pela própria CBF, até abril do ano que vem.
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