Juliana Caldas, que ficou famosa na novela ‘Outro Lado do Paraíso’, da TV Globo, desabafou nas redes sociais, nesta quarta-feira (1), sobre o novo filme de Leandro Hassum na Netflix: Amor sem Medida. A produção conta a história de amor entre um homem que sofre de nanismo e uma advogada recém-divorciada.
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No stories do Instagram, a atriz conta que não se sentiu representada pelo filme e, pior, se sentiu ofendida: “Primeiro porque a pessoa que faz o personagem que tem nanismo… o ator não tem nanismo, que é o próprio Leandro Hassum. Eles fizeram computação gráfica, diminuiram [o Hassum] em computação gráfica, essas coisas, para mostrar que ele tem baixa estatura. E, depois disso, a maior parte do filme tem piadas totalmente capacitistas, totalmente preconceituosas e que, cara… Não dá para aceitar hoje em dia”.
Juliana, que sofre de nanismo, diz que chegou o momento em que não é mais “legal” rir da condição dos outros: “É cansativo ter que explicar o óbvio, o simples, explicar que a partir do momento que uma piada ou frase fere o outro não é legal. Espero que, no mínimo, as pessoas parem para pensar um pouco, parem para respeitar o próximo, e entender realmente o que é empatia… E exercer a empatia, porque não é só saber o seu significado”.
Atriz relembra papel em ‘O Outro Lado do Paraíso’
Juliana Caldas atingiu à fama com o papel de Estela, uma jovem que sofria de nanismo, e não era aceita pela mãe, interpretada por Marieta Severo em ‘O Outro Lado do Paraíso’. Durante o desabafo, ela relembrou a personagem e apontou a diferença entre as abordagens de representação.
“Aí você questiona, pode questionar, pode se perguntar aí, né? Você que está vendo… ‘Mas você também fez um trabalho que seu personagem ouvia barbaridades, abordagens, falta de acessibilidade, sim’. Mas, na minha opinião, não se dava margem e abertura para você rir disso. Pelo contrário. Se dava abertura de você questionar, sim, sobre muitas coisas e para pensar o quanto isso fere o próximo”, elucidou a artista.
Para ela, um trecho específico do filme ‘Amor sem Medida’ foi absurda, tanto que ela só assistiu metade da película: “Uma das abordagens do filme é comparar o órgão sexual masculino do cara com o tamanho dele. É um absurdo, a gente tenta lutar por respeito, pelo nosso espaço… Por exemplo, um espaço que poderia ter tido um ator realmente com nanismo no filme não teve”.
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