A jovem Milena Glória Cardoso, de 19 anos, quer ser indenizada por ter perdido seu bebê no nono mês de gestação. De acordo com as informações, a estudante quer receber por danos morais e psicológicos.
Na época do caso, setembro do ano passado, a Secretaria de Saúde de São Vicente, no litoral de São Paulo, alegou que seguiu todos os protocolos. No entanto, para a jovem e sua família, ocorreu uma suposta negligência médica, pois o nascimento do bebê, que morreu asfixiado na barriga da moça, teria atrasado.
Segundo informações publicadas pelo portal “G1” nesta segunda-feira (03), Milena estava com 40 semanas e três dias de gestação quando seu bebê morreu. Ainda conforme o site, a família da moça relata que ela contraiu toxoplasmose, uma enfermidade conhecida como ‘doença do gato’. Isso, antes da gestação.
Devido a esta doença, a jovem passou por exames, visto que havia a suspeita de que a gravidez poderia ser de alto risco. No entanto, a rede pública de saúde descartou a classificação após mais exames.
Na semana da morte do bebê, Milena estava “extremamente inchada e sentindo muita dor”, informou a família da jovem. Na ocasião, mesmo sangrando, médicos de uma unidade de saúde de São Vicente mandaram a moça ir para casa e aguardar até o dia seguinte.
“Ela passou a noite inteira sangrando”, contou um familiar da moça, que ainda explicou que, no dia seguinte, Milena voltou ao hospital e foi internada. Na ocasião, médicos realizaram uma tococardiografia ante-parto, que verifica as condições do bebê ainda na barriga da mãe.
Durante este exame, os médicos constataram que os batimentos do bebê estavam fracos e, por isso, eles optaram por aguardar o parto normal ao invés de fazer uma cesárea. Todavia, algumas horas depois, a criança morreu, ainda na barriga da mãe.
Família da jovem entrou com uma ação
De acordo com o “G1”, o pedido de Indenização por danos morais e psicológicos por conta da morte do bebê foi feito em desfavor da Prefeitura de São Vicente, que é a responsável pela Maternidade São José, que teria demorado no atendimento.
Segundo a petição inicial do processo, que segue em sigilo na justiça, Milena tinha boa saúde e não existia nenhum exame atestando qualquer problema no feto. Em outro trecho, o documento relata que, apesar de ter dito que não estava bem, a jovem não recebeu o atendimento necessário.
“A todo momento a autora falava que não estava se sentindo bem […], o estado de angústia materna estava assoberbado, e que havia algo de errado com o bebê”, diz a defesa no processo, que ainda questionou o porquê da não realização da cesárea.
Por fim, a informação é que o laudo da autópsia do bebê revelou que ele morreu por anóxia intra-útero, com hemorragia no fígado e no baço; rins com necrose aguda e pulmões com grandes quantidades de líquido amniótico. “Ou seja, demorou muito para nascer e morreu por isso”, disse em entrevista ao ”G1” Maria Alice Ramos de Castro, advogada da jovem.
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