A Raquel Euzébio Oliveira, de 22 anos, afirma ter ficado “incrédula” quando ela encontrou, ao lado da porta que dá entrada ao apartamento que ela mora, em Bauru, no interior de São Paulo, uma suástica nazista desenhada na parede. De acordo com a jovem em entrevista veiculada nesta terça-feira (23) pelo portal “G1”, o caso aconteceu no começo deste mês e, por conta disso, ela foi até uma delegacia e registrou um boletim de ocorrência.
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Segundo a jovem, que é negra, no dia em que ela notou o desenho, estava indo a uma feira com uma amiga. No começo, ela pensou que fosse um desenho feito à caneta, mas, depois, ela percebeu que estava errada. “Quando eu olhei de perto, vi que não era riscado com caneta, mas, sim, com uma chave. Fiquei incrédula quando percebi”, disse ela, que afirma ter se dirigido ao porteiro e contado sobre o fato.
Conforme explica Raquel, o profissional pediu para que ela o encaminhasse fotos, imagens essas que seriam enviadas para o zelador, que entregaria à síndica do local. No outro dia, ela não quis esperar o trâmite e foi direito na síndica para explicar o que havia acontecido. “Quando levei a síndica para ver a suástica, aleguei o quão perigoso e alarmante é, primeiro porque não quero pagar um condomínio com pessoas que compactuam com esse tipo de ideia”, disse.
Em outro momento, ela afirmou que argumentou com a responsável pelo prédio que o ato foi uma apologia ao nazismo e que ela se sentiu ofendida, visto que é negra. Não suficiente, ela ainda relatou que, por conta da altura que o desenho foi feito, dificilmente a suástica foi feita por alguma criança. “Por conta da altura em que o risco estava, é provável que tenha sido feito por um adolescente ou uma pessoa adulta”, ressalta.
Jovem diz que houve obstrução de prova
Ainda na entrevista, a jovem relata que fez um boletim de ocorrência online e pediu que a síndica e a administradora do condomínio também o fizesse. Todavia, além de alegar que as duas demonstraram que não iram fazer isso, Raquel também conta que, no dia seguinte, notou que a parede onde a suástica foi feita estava pintada.
“Fui ao 4º Departamento de Polícia de Bauru e abri um adendo ao B.O, ou seja, adicionei uma segunda causa ao ocorrido, alegando obstrução de prova que também é contra à lei”, detalhou. Até o momento, não identificaram suspeitos do ocorrido.
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