Mesmo diante de críticas e polêmica envolvendo currículo, Bolsonaro decide manter a indicação de Kassio Nunes. Ele não é o primeiro a ser indicado por Bolsonaro para algum cargo e apresentar algumas inconsistências no currículo.
O mesmo ocorreu com Damares Alves, atual ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos do Governo Federal e com Carlos Decotelli, cotado pelo presidente para Ministro da Educação. A Ministra Damares chegou inclusive a dizer que seu mestrado era bíblico e Decotelli, que nem chegou a tomar posse do cargo devido às inconsistências, já incluiu no currículo que foi Ministro da Educação entre 25 e 30 de junho.
Inicialmente, foi divulgado amplamente que Kassio Nunes, atual Desembargador do TRF1 e indicado por Bolsonaro ao STF para ocupar a vaga que deixará o Ministro Celso de Mello, teria um currículo impressionante, com Mestrado pela Universidade Autônoma de Lisboa (UAL) e Doutorado pela Universidade de Salamanca.
Todavia, algumas inconsistências vieram à tona, como, por exemplo, o que o possível futuro ministro do Supremo chamou de “Pós-Graduação”, nomenclatura esta que não foi confirmada pela Instituição de Ensino, na Universidade da Coruña, na Espanha.
Após a divulgação das controvérsias envolvendo o currículo do desembargador, ele divulgou uma nota para esclarecer os possíveis mal-entendidos. O possível futuro ministro divulgou, então, diplomas e certificados.
Kassio informou, portanto, que colocou os termos assim como estão nos diplomas, mas que a tradução às vezes pode ter significado diverso. Sendo assim, o que consta como “pós-doutorado” na Universidade de Messina, na realidade é o que os italianos chamam de um curso de especialização. No mesmo sentido, a “pós-graduação” ou “postgrado” da Universidade da Coruña também teria significado diverso do português, posto que significaria um curso de aperfeiçoamento.
O indicado nega, da mesma maneira, existência de plágio em seu trabalho ou que teria copiado trechos de seu colega advogado Saul Torinho Leal.
A polêmica surge em um momento em que bolsonaristas criticam a escolha de Bolsonaro para o STF, por se tratar aparentemente de indicação para aproximar o presidente do “Centrão”.
O presidente, mesmo diante das críticas, informou que irá manter a indicação.