Inflação e empréstimos empurram crédito em 2022

Mesmo com as projeções para o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro beirando o zero, a expansão do crédito deve permanecer com taxas expressivas neste ano, ainda surfando a abertura econômica após o período mais intenso da pandemia da Covid-19.

A previsão mais recente do Banco Central, que foi divulgada no relatório do quarto trimestre sobre a inflação, indica uma alta de aproximadamente 10% no estoque de empréstimos do sistema financeiro em 2022.

Nesse sentido, sobrepõe-se um impacto no montante do índice de preços, porém o crescimento nominal das concessões deve permanecer. Mesmo com uma alta bastante significativa, a expansão de crédito este ano não deve superar o número de 2021, ano em que o país apresentou uma expansão de 16,5%, a maior em uma década.

Inflação

As linhas de crédito sofrem o impacto da inflação de duas maneiras. A primeira é que existem linhas de crédito atreladas ao índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). A outra maneira é devido ao efeito político monetário que possui a Taxa Selic, neste caso na sua elevação.

Com isso, carteiras de bancos crescem com a incorporação de juros mais altos em novos empréstimos e também com linhas pós-fixadas contratadas no passado.

Efeitos da pandemia nas linhas de crédito

Com o avanço da pandemia da Covid-19 no Brasil e, consequentemente, o fechamento do comércio, o governo adotou medidas que facilitaram a liberação de crédito ao público, como por exemplo, as linhas às micro e pequenas empresas. Nesse sentido, a economia viu o estoque de empréstimos saltar em 1% entre 2020 e 2021.

Normalmente, os bancos ficam mais restritivos em períodos de incerteza e com isso o crédito retrai. Durante a pandemia vale lembrar que os bancos perderam rentabilidade, mas agora a estratégia é crescer em linhas mais arriscadas para recuperar parte do lucro.

Efeito Selic

Um crédito que ganhou destaque enquanto a Selic testava a casa dos 2%, foi o crédito imobiliário. Agora, com a taxa Selic beirando os 11%, a expectativa é que os financiamentos habitacionais diminuam bastante. O crédito imobiliário já apresentou uma queda no ano passado e com os aumentos sucessivos da Selic pelo Banco Central, esse número deve cair ainda mais.

Segundo o superintendente da Associação Brasileira de Bancos (ABBC), Everton Gonçalves, esta é a única crise mais recente que apresentou uma expansão no mercado de crédito. O superintendente ressalta que os bancos já apostam em linhas de crédito mais arriscadas, mas que geram maiores rentabilidades.

Inadimplência e as linhas de crédito

Devido à crise econômica causada pela pandemia da Covid-19, os bancos ainda esperam um aumento da inadimplência para 2022. Em dezembro, a taxa estava em 2,3%, de acordo com dados do Banco Central.

Além disso, o crescimento do crédito deve ser mais fraco para as empresas, com o setor produtivo evitando investir de forma mais agressiva diante aos juros mais altos e também com a incerteza devido a proximidade das eleições presidenciais.

João Belarmindo

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