O mercado financeiro reduziu pela segunda semana as projeções para a inflação no Brasil em 2021. Os dados fazem parte do relatório Focus, do Banco Central (BC), que traz projeções de mais de cem instituições do mercado financeiro. A divulgação ocorreu nesta segunda-feira (20).
Nesta atualização, a redução foi bastante tímida, de 0,01 ponto percentual (p.p). Com isso, a estimativa para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) caiu para 10,04%, quinta semana seguida acima dos 10%. Isso mostra que, apesar dos recentes recuos, a taxa deve encerrar o ano na casa dos dois dígitos.
Já para 2022, os economistas do mercado financeiro elevaram levemente suas projeções para a inflação, que passou de 5,02% para 5,03%. Para 2023, a projeção recuou de 3,46% para 3,40%, enquanto caiu de 3,09% para 3,00% para 2024.
Entenda como a inflação é definida no Brasil
A saber, a taxa da inflação é determinada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Para 2021, o órgão definiu a meta da inflação em 3,75%. No entanto, o CMN também tem definido um intervalo de 1,5 ponto percentual para cima e para baixo. Por isso, a meta para a inflação de 2021 é de 3,75% e o intervalo varia de 2,25% a 5,25%.
Isso quer dizer que a inflação poderia chegar até 5,25% no final de 2021 e, mesmo assim, ela não extrapolaria o limite da meta. Contudo, a projeção do mercado para 10,04% supera em quase 5,0 pontos percentuais o limite superior definido pelo CMN.
A propósito, o conselho também define a meta para a inflação de três anos seguidos, alterando os valores caso haja necessidade. A partir disso, o BC deve adotar medidas para alcançar a meta, pois uma inflação estável permite maior crescimento econômico, visto que há redução nas incertezas do país.
Aliás, a inflação é medida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em suma, o IPCA, calculado pelo IBGE, é considerado a inflação oficial do Brasil. Inclusive, a inflação acumulada neste ano está em 9,26% e chega a 10,74% nos últimos 12 meses.
Estimativa para o PIB cai e dólar continua subindo
O relatório Focus também reportou que a projeção para o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2021 caiu pela décima semana seguida, de 4,65% para 4,58%. A estimativa para 2022 se manteve estável em 0,50%, após dez semanas consecutivas de queda. Já para 2023, a taxa caiu de 1,90% para 1,85%, mas manteve os 2,00% para 2024.
O BC também revelou que o mercado financeiro acredita que o dólar encerrará o ano cotado a R$ 5,60, contra R$ 5,59 na semana anterior, terceira alta seguida. Para 2022, os analistas elevaram suas estimativas de R$ 5,55 para R$ 5,57, mas mantiveram suas projeções para 2023 (R$ 5,40) e para 2024 (R$ 5,30).
Por fim, não há mais projeções para a taxa básica de juros do país, a Selic, visto que o BC só irá se reunir novamente em fevereiro de 2022 para definir os juros. A saber, o BC elevou a taxa Selic em 1,5 ponto percentual na última semana, para 9,25%, maior patamar em mais de quatro anos.
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