O Indicador de Incerteza da Economia (IIE-Br) disparou 14,3 pontos em setembro, na comparação com o mês anterior. Com esse forte avanço, o indicador atingiu 133,9 pontos, maior nível desde março de 2021. Além disso, ficou ainda mais afastado do de fevereiro de 2020 (115,1 pontos), último mês antes da pandemia da Covid-19.
Embora tenha disparado no mês, o indicador continua bem longe da sua máxima histórica, de 210,5 pontos, alcançada na passagem de março para abril do ano passado. Em resumo, o salto aconteceu justamente por causa da pandemia, que trouxe incertezas enormes para todo o mundo. A Fundação Getulio Vargas (FGV), responsável pelo levantamento, divulgou as informações nesta quinta-feira (30).
“Entre os fatores que contribuíram para alta estão as diversas crises do momento – política, institucional e hídrica, o cenário fiscal indefinido, a inflação ascendente e dúvidas remanescentes quanto à pandemia que injetaram uma dose adicional de incerteza no mês”, afirmou a economista da FGV, Anna Carolina Gouveia.
“Com todos esses choques, dificilmente o indicador convergirá para a (já elevada) média 2015-2019 em 2021, como parecia ser possível alguns meses atrás”, ponderou Anna Carolina.
De acordo com a FGV, os dois componentes do IIE-Br seguiram a mesma direção em setembro, após apresentarem trajetórias diferentes no mês passado. Em resumo, o componente de mídia disparou 14,2 pontos, para 132,6 pontos, maior nível desde agosto de 2020. Assim, contribuiu com 12,4 pontos para o saldo do IIE-Br no mês.
Da mesma forma, o componente de expectativas avançou no mês (8,8 pontos), para 125,0 pontos, maior patamar desde abril. O componente contribuiu com 1,9 ponto para o avanço do IIE-Br, impulsonando a incerteza econômica do país no mês. Em síntese, este componente mede a dispersão das previsões para os próximos 12 meses.
Por fim, vale dizer que a média do IIE-Br entre 2015 e 2019 ficou em 115 pontos. Assim, o nível do indicador em setembro deste ano segue bastante acima da média dos últimos anos.
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