Incerteza da economia sobe em outubro, impulsionada por eleições

O Indicador de Incerteza da Economia (IIE-Br) subiu 0,3 ponto em outubro deste ano, na comparação com o mês anterior. Com isso, o índice avançou para 112,0 pontos, após atingir em setembro o menor nível desde novembro de 2019 (105,1 pts.).

Em resumo, taxas superiores a 100 pontos indicam que há incerteza econômica no país. Aliás, a faixa chegou aos 112 pontos, mostrando que a incerteza no país não é apenas superficial, mas se encontra em nível razoável.

Embora o patamar continue elevado, o destaque nos últimos meses é a queda firme da incerteza no país. Em outubro, o que impulsionou a taxa, que subiu apenas levemente, foram as eleições, que resultaram na eleição de Lula (PT) para o seu terceiro mandato na presidência do país.

O Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre), responsável pelo levantamento, divulgou as informações nesta segunda-feira (31).

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Veja o que impulsionou a incerteza em outubro

Segundo Anna Carolina Gouveia, economista do FGV Ibre, a incerteza em outubro se fortaleceu na segunda quinzena do mês, com a proximidade e o acirramento da disputa presidencial entre Lula e o atual presidente, Jair Bolsonaro (PL). Neste domingo, o petista venceu o segundo turno e derrotou Bolsonaro.

“O componente de Mídia, com peso de 80% no indicador, recuou durante a primeira quinzena voltando a subir na segunda metade do mês. Essa reversão refletiu, principalmente, o acirramento das eleições presidenciais durante o 2° turno, algo que até então pouco havia influenciado no indicador.”, disse a economista.

A saber, o componente de Mídia subiu 1,7 ponto, para 112,3 pontos. Por outro lado, o componente de Expectativa, que responde por apenas 20% do IIE-Br, tombou 5,8 pontos, para 105,8 pontos. No entanto, o avanço do componente Mídia exerceu um impacto maior na incerteza econômica do país.

“A convergência do IIE-Br para níveis inferiores a 110 pontos dependerá do arrefecimento do cenário político, do crescimento da economia nos meses seguintes e da política econômica a ser adotada a partir de janeiro de 2023”, disse Anna Carolina.

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