Incêndio na China aumenta revolta contra restrições da Covid

Por quase três anos, a China tentou conter o vírus com medidas duras, mas a política está sob intensa pressão em meio ao aumento de casos, descontentamento popular e economia em desaceleração. Neste domingo (27), as autoridades relataram o maior número de infecções diárias pelo quarto dia consecutivo, em quase 40.000.

As imagens dos protestos circularam amplamente, sendo censuradas em outras mídias sociais chinesas, inicialmente com multidões em Urumqi, Cidade na República Popular da China e depois em todo o país.

Manifestações na China

Vídeos mostram estudantes se reunindo para uma vigília na Universidade de Comunicação da China em Nanjing, enquanto vídeos de uma vigília semelhante em uma universidade em Wuhan surgiram em outros lugares. Na Universidade de Pequim, imagens de pichações nas escadas circularam nas redes, repetindo alguns dos slogans das manifestações de outubro, incluindo “Não queremos testes de PCR, queremos comida”.

Atuação das autoridades chinesas

As autoridades estão respondendo a surtos de COVID-19 em muitas cidades importantes, incluindo Guangzhou, Chongqing e Pequim. Surtos anteriores na China foram contidos com sucesso, mas muitas vezes em cidades distantes, como Xangai no início deste ano. Em Pequim, onde as restrições foram reforçadas nos últimos dias, as autoridades ainda não impuseram um bloqueio em toda a cidade, alguns moradores entraram em conflito com as autoridades sobre o fechamento de complexos comerciais. 

Tragédia na China causa revolta

Um incêndio em um prédio residencial no distrito de Jixiang, na cidade de Urumqi, matou pelo menos 10 pessoas, provocando protestos, mas também refletindo a crescente frustração com as medidas intransigentes de zero COVID do país. 

Restrições e políticas intimamente relacionadas ao presidente Xi Jinping e ao secretário-geral do Comitê Central do Partido Comunista da China, resultaram no atraso do caminhão de bombeiros, impedidos de chegar ao fogo por carros estacionados e  cercas metálicas que impediam as pessoas de sair de seus prédios e bairros, como parte do bloqueio da COVID-19, permitindo que o fogo ardesse por quase três horas antes de ser extinto.

Resposta das autoridades

Segundo o Comitê Permanente do Partido Comunista da Região Autônoma Uigur de Xinjiang, há um sucesso no combate à epidemia e afirmou que uma repressão deve ser realizada à oposição às políticas da COVID. 

“O trabalho de prevenção e controle da epidemia de Urumqi alcançou grandes resultados em fases e a situação social foi basicamente esclarecida. Ao mesmo tempo, o risco da epidemia não foi completamente eliminado e a cadeia de transmissão não foi completamente bloqueada, e uma leve folga causará um rebote”, disse o comunicado.

“É necessário fazer um trabalho sólido para manter a estabilidade durante o período de prevenção da epidemia, reprimir estritamente atos ilegais e criminosos, como espalhar boatos, incitar problemas e resistir violentamente às medidas de prevenção e controle da epidemia de acordo com as leis e regulamentos, e manter resolutamente a ordem de prevenção e controle da epidemia”, acrescentou. 

Em suma, Maimaitiming Kade, prefeito de Urumqi, rejeitou as afirmações de moradores e de outras pessoas nas redes sociais de que as restrições da COVID-19 contribuíram para a tragédia, dizendo que as portas do prédio em chamas não estavam trancadas.

João Belarmindo

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