IGP-10 desacelera em julho, puxado pela queda dos preços das commodities

Índice Geral de Preços – 10 (IGP-10) variou 0,18% em julho deste ano. A saber, a taxa apresentou forte desaceleração em relação à variação de maio, que chegou a 2,32%. E isso aconteceu devido à pressão que a queda dos preços das commodities exerceram no índice.

Apesar do forte recuo, o IGP-10 ainda acumula avanço expressivo de 15,52% em 2021 e disparada de 34,61% nos últimos 12 meses. O nível de julho deste ano ficou bem menor que o registrado no mesmo mês de 2020 (1,91%). À época, o IGP-10 acumulava avanço de 8,57% em 12 meses, taxa quatro vezes menor que o nível atual. 

O Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV) divulgou o IGP-10 nesta sexta-feira (16). O índice é responsável por reajustes de contratos de aluguel e planos e seguros de saúde e tarifas públicas, além de medir os preços no atacado.

“Os preços de commodities agrícolas de grande expressão no IPA, seguem em desaceleração, devolvendo, ainda que lentamente, parte da alta acumulada nos últimos 12 meses”, destacou o coordenador dos índices de preços do Ibre/FGV, André Braz.

“Áreas de cultivo nos Estados Unidos seguem ameaçadas pela baixa umidade, o que pode interromper precocemente a desaceleração dos preços desses grãos. Em contrapartida, a valorização do real, sustentada pela continuidade da política fiscal expansionista nos EUA e pela trajetória de alta da Selic, devem contribuir para que os preços dessas commodities mantenham-se bem comportados no Brasil”, explicou Braz.

Veja o que contribuiu para a desaceleração do IGP-10

De acordo com a FGV, o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) caiu de 2,64% em junho para -0,07% em julho. Isso aconteceu graças ao recuo do grupo matérias-primas (3,66% para -1,78%). Aliás, minério de ferro (8,75% para -0,51%), soja em grão (-1,51% para -9,03%) e milho em grão (-0,11% para -8,52%) desaceleraram o grupo.

Em sentido oposto, os destaques positivos do grupo foram: suínos (-15,26% para 9,96%), bovinos (-0,18% para 2,54%) e leite in natura (3,11% para 5,88%). No entanto, estas elevações não conseguiram impedir a forte desaceleração do grupo no mês.

Da mesma forma, os preços dos bens finais também desaceleraram no mês (1,66% para 1,27%) fortalecendo a desaceleração do IGP-10 em julho. Em suma, o principal recuo veio do subgrupo alimentos processados, cuja taxa passou de 3,06% para 2,10%.

Já os bens intermediários caíram de 2,24% para 0,90%, puxando mais ainda o IGP-10 para baixo. Nesse caso, o principal destaque ficou com o subgrupo materiais e componentes para a manufatura, que desacelerou de 2,46% para 0,25%.

IPC e INCC desaceleram em julho

Outo indicador que compõe o IGP-10, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), também desacelerou em julho (0,72% para 0,70%). Seis das oito classes de despesa pesquisadas reduziram o ritmo de avanço no mês. O destaque ficou com o grupo transporte (1,69% para 0,81%), graças à queda do item gasolina (3,16% para 1,42%).

Os seguintes grupos também desaceleraram em julho: saúde e cuidados pessoais (0,30% para -0,24%), habitação (1,41% para 1,17%), vestuário (0,83% para 0,34%) despesas diversas (0,26% para 0,18%) e comunicação (0,10% para 0,04%).

Esse resultado reflete a desaceleração dos respectivos itens: plano e seguro de saúde (0,86% para -1,27%), taxa de água e esgoto residencial (2,08% para -0,04%), roupas (1,06% para 0,47%), alimentos para animais domésticos (2,70% para 1,24%) e serviços de streaming (2,16% para 0,54%).

Em contrapartida, houve avanços dos grupos educação, leitura e recreação (-0,76% para 2,23%) e alimentação (0,21% para 0,45%), puxados pelos itens passagem aérea (-8,95% para 26,99%) e frutas (-7,08% para -2,20%).

Por fim, o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) recuou de 2,81% para 1,37% entre junho e julho. Em resumo, os três componentes do índice desaceleraram no mês: materiais e equipamentos (2,50% para 1,43%), serviços (1,18% para 0,70%) e mão de obra (3,37% para 1,45%), que teve a maior alta.

Leia Mais: Monitor do PIB brasileiro avança 1,8% em maio, aponta FGV

Ruan Samarone

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