Alberto Meyrelles, que foi preso na última quarta-feira (17) acusado de ter participado do roubo de um carro em 2019 com base no reconhecimento foi feito apenas por meio de uma fotografia 3 X 4 feita há 20 anos teve sua prisão mantida pelo Tribunal de Justiça na sexta-feira (19).
De acordo com o portal “G1”, no momento em que a audiência de custódia do acusado acontecia, no interior da cadeia de Benfica, Zona Norte do Rio de Janeiro, a família do detento protestava contra a prisão.
Apesar do protesto, e do fato da prisão ter sido feita com base em apenas uma foto, a defensora Lúcia Helena Oliveira informou que a prisão não foi revogada. “Ela decidiu que o mandado de prisão estava regular”, explicou a defensora fazendo alusão à magistrada responsável por analisar o caso.
Por conta disso, afirmou Lúcia Helena, a Defensoria Pública vai entrar com um outro pedido de revogação da prisão. Ainda conforme ela explicou, a juíza não entrou no mérito do reconhecimento por foto que levou Alberto à cadeia, tendo analisado somente as circunstâncias da prisão.
Em entrevista ao portal “G1”, Alberto Meyrelles de Santanna, pai do preso, relatou a angústia que tem vivido desde a prisão do filho. “Dia da consciência negra e ninguém tem consciência, ninguém tem consciência. Passei o dia chorando, esperando pelo resultado. Não dá para ficar em paz, dormir em paz, sabendo que nosso filho está sendo procurado. E agora ele está privado da liberdade”, desabafou.
Acusação contra Alberto
De acordo com as informações, Alberto é acusado de um roubo que aconteceu em abril de 2019 em Bangu, Zona Oeste da capital carioca. Todavia, um fato que chama a atenção é que ele foi vítima de um assalto no mesmo dia em Realengo – o caso foi registrado em uma delegacia.
Segundo as informações, a habilitação dele foi encontrada em um carro no mesmo modelo usado pelos assaltantes do roubo que, agora, ele é o suspeito. Esse documento foi apresentado à vítima, que apontou Alberto como sendo um dos criminosos.
Para a mulher de Alberto, Karine Garcia, o que mais a revolta é saber que “ele foi até a delegacia para registrar a ocorrência em que ele havia sido assaltado”. “Só que os documentos foram encontrados no carro usado em um assalto. A polícia não investigou antes de pedir o mandado de prisão”, reclamou ela.
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