Hackers tentam contaminar o abastecimento de água de cidade dos EUA

A polícia dos Estados Unidos disse que o sistema de água de uma cidade da Flórida sofreu um ataque cibernético. De acordo com as autoridades, os hackers tentaram envenenar a água pública de Oldsmar, município de cerca de 15 mil habitantes em Tampa Bay, na última sexta-feira (5). No entanto, a notícia foi divulgada apenas na segunda-feira (8), durante uma coletiva de imprensa de Bob Gualtieri, xerife do condado.

Gualteri disse que foi um funcionário da rede municipal de água que percebeu que alguém havia entrado remotamente no computador que gerencia o tratamento de água. Inicialmente, o trabalhador não deu muita importância à anomalia, pois o software de gerenciamento de água permite o acesso à distância.

Contudo, cerca de cinco horas depois, o funcionário percebeu que os níveis de soda cáustica aumentaram. A substância, antes usada como detergente, serve para equilibrar a acidez da água, mas em quantidades muito baixas.

Os invasores tentaram mudar os níveis de soda cáustica dos normais 100 partes por milhão (ppm) para 11.100. Essa quantidade poderia ter envenenado os cidadãos de Oldsmar se a água chegasse às casas. O funcionário do sistema de água, porém, percebeu a tempo e ajustou a soda cáustica aos níveis normais. Ao todo, segundo as autoridades municipais, o ataque durou entre três e cinco minutos.

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Ataques de hackers

Os ataques cibernéticos às infraestruturas das cidades, como o sistema de água, por exemplo, são alguns dos desafios de especialistas em segurança. Nos últimos anos, das barragens aos gasodutos, os sistemas informáticos foram introduzidos para permitir a monitorização remota. No entanto, a transformação digital destas infraestruturas acarreta também o risco de alguém tentar entrar por fora e interferir no funcionamento, como aconteceu na Oldsmar.

Em 2013, alguns hackers iranianos invadiram o sistema de gestão de uma pequena barragem no estado de Nova York , a “barragem Bowman Avenue”. Ainda hoje não está claro por que os invasores atacaram a pequena barragem, voluntariamente ou por engano.

Outros ataques desse tipo ocorreram em vários países do mundo. No ano passado, conforme o The New York Times, alguns hackers afiliados à Guarda Revolucionária Iraniana tentaram atacar o sistema de água de Israel, sem sucesso. Como resposta, Israel tentou vingar-se ao realizar um ataque cibernético a um porto iraniano. 

No passado, os Estados Unidos criaram um vírus, o Stuxnet, com o objetivo de sabotar o software da usina nuclear iraniana em Natanz. Já em 2017, hackers russos realizaram um ataque cibernético a uma companhia petroquímica saudita, e desativaram os sistemas de segurança.