O Brasileirão 2021 se aproxima do fim, e a briga contra o rebaixamento é sempre um dos atrativos das últimas rodadas – exceto para quem tem chances de cair, claro. Com a Chapecoense já rebaixada de forma matemática, restam três vagas em disputa e três gigantes do futebol estão na disputa: São Paulo, Santos e Grêmio.
Os três têm em comum o fato de terem trocado de treinador ao longo da competição. No São Paulo, saiu Hernán Crespo e chegou Rogério Ceni, que voltou ao clube quatro anos após sua primeira passagem. O Santos trocou Fernando Diniz por Fábio Carille, ex-campeão pelo Corinthians. Já o Grêmio está no 3º treinador diferente: antes de Vágner Mancini, passaram pelo Tricolor Tiago Nunes (hoje no Ceará) e Luiz Felipe Scolari.
As chances do São Paulo
Após o título paulista e o bom futebol apresentado sob o comando de Hernán Crespo, as principais casas de apostas do país apontavam o São Paulo como um possível candidato ao título, mas o time caiu de rendimento e acabou ficando todo o campeonato na parte de baixo.
Isso coloca o Tricolor Paulista na ameaça do primeiro rebaixamento de sua história. O time ainda não atingiu a pontuação necessária para respirar aliviado na tabela e perdeu a chance de subir algumas posições ao empatar em casa contra o Athletico/PR por 0 a 0.
No entanto, o São Paulo só depende de si para ficar na primeira divisão, já que conta com alguns confrontos diretos, diante de Sport, Grêmio e Juventude – além do América/MG, na última rodada, embora o Coelho já tenha somado pontos para não sofrer na reta final.
O que mais preocupa a torcida é o baixo desempenho ofensivo, já que o clube tem o 2º pior ataque da competição, ficando à frente apenas do Sport, outro time ameaçado pela degola. Segundo os matemáticos da UFMG, as chances de queda são de pouco menos de 7%. Apesar de ser um número relativamente baixo, é o suficiente para fazer a torcida tricolor perder noites de sono.
As chances do Santos
O Santos teve um ano totalmente atípico em sua história. O Peixe começou 2021 disputando a final da Libertadores do ano passado (realizada em janeiro por conta dos adiamentos em virtude da pandemia). Na reta final do Brasileirão 2020, se classificou para mais uma edição da competição continental. A partir daí, no entanto, o time viveu um verdadeiro pesadelo.
Isso porque, além de ter sido eliminado na fase de grupos da Libertadores, o Peixe brigou contra o rebaixamento no Campeonato Paulista, e só escapou na última rodada. A história se repete agora no Brasileirão, e Fábio Carille e companhia também buscam evitar o que seria o primeiro rebaixamento da história do Santos.
Os matemáticos apontam 7,5% de chances de queda para o alvinegro praiano. O clube está muito próximo da pontuação “mágica” que tem livrado os clubes da queda há vários campeonatos, mas tem uma tabela complicada pela frente, enfrentando times como Fortaleza, Internacional e Flamengo, que brigam na parte de cima.
As chances do Grêmio
Assim como o São Paulo, o Grêmio também era apontado nos prognósticos e apostas do Brasileirão como um dos possíveis candidatos ao título por todo o investimento realizado na temporada, como por exemplo a chegada de Douglas Costa e Rafinha. O que se viu em campo, no entanto, foi um pesadelo: o Tricolor esteve no Z-4 durante todo o campeonato.
A situação do clube gaúcho é a mais delicada, já que os matemáticos apontam 86% de chance de queda – número que aumentou após o empate em casa contra o time reserva do Flamengo. O clube ainda tem alguns confrontos diretos contra Bahia e São Paulo, mas precisará de um aproveitamento que não mostrou até agora para escapar.
Caso fique entre os 4 últimos, o tricolor gaúcho amargará o 3º rebaixamento em sua história – o clube também caiu em 1991 e 2004. Entre os chamados clubes grandes do futebol brasileiro, apenas o Botafogo (3) e Vasco da Gama (4) caíram mais vezes para a Série B.
Outras equipes na briga contra a degola
Não são apenas Grêmio, Santos e São Paulo que irão sofrer nas últimas rodadas. A briga pelo rebaixamento também inclui outras equipes. Quem está mais ameaçado é o Sport, que tem 98,7% de chance de cair.
Ainda estão na briga o Juventude (27,9% de chance), Atlético-GO (18,7%), Athletico-PR (7,1%) e Cuiabá (2%). América-MG, Ceará e Internacional têm menos de 1%, mas ainda não estão matematicamente livres de qualquer risco.
Se a briga pelo título parece definida, já que o Galo deve levantar a taça nas próximas rodadas, a disputa contra a degola reservará fortes emoções a quase metade das torcidas da Série A.