O governo do Rio Grande do Sul publicou nesta quarta-feira (10) um decreto proibindo a realização de corridas de cachorros galgos no Rio Grande do Sul. Além da medida, assinada pelo governador Eduardo Leite, um projeto semelhante foi enviado à Assembleia Legislativa, a fim de conferir maior segurança jurídica à decisão.
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De acordo com o texto, em caso de descumprimento da ordem, as pessoas envolvidas podem levar sanções que vão desde advertência, multa, apreensão dos animais ou de objetos até embargo de obra ou atividade, demolição de obra e suspensão parcial ou total de atividades.
Além disso, o decreto publicado nesta quarta também proíbe extermínio, maus-tratos, mutilação e manutenção de animais domésticos em cativeiros.
A prática foi denunciada pela “Rede Globo” durante programa do “Fantástico” no último dia 17 de janeiro. Na reportagem, uma equipe flagrou cães em situação de maus-tratos e abandono em canchas de cidades da Região da Fronteira.
Além disso, a matéria mostrou que a prática era capaz de tornar os cães, que costumavam ser dóceis, em animais violentos. Tudo isso, depois que eles recebiam medicamentos energéticos antes das competições.
Lugar financiado com dinheiro público
Na cidade de Bagé (RS), a matéria revelou que uma das pista de corridas estava sendo construída com recursos de emenda parlamentar, destinada pelo deputado federal Dionilso Marcon (PT).
Em nota, a prefeitura do município afirmou ter tentado a realocação da verba para outra obra, mas que o pedido foi negado pelo Ministério do Turismo. Além de promover apostas em dinheiro e maus-tratos, os eventos desrespeitavam as medidas de segurança contra a disseminação da Covid-19.
Maus tratos aos cães
Ainda na reportagem veiculada no Fantástico, um homem, sem saber que estava sendo gravado, chegou a admitir que os cães, muitas vezes, terminavam as “competições” com sequelas. “Quebra uma mão, quebra uma perna. Esses dias, correndo lá em Bagé, quebrou o garrão (pata)”, ele disse.
De acordo com o governador do estado, o decreto vem muito por conta da repercussão que a matéria teve não só no Rio Grande do Sul, mas como também no Brasil como um todo.
“Meu cumprimento a todos que se envolvem e se envolveram ao longo deste processo, para que a gente pudesse, rapidamente, dar uma resposta ao tema, que gerou intensa repercussão na sociedade”, afirmou.
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