Governo federal já deixou de arrecadar R$ 39,6 bilhões em 2022

O governo federal vem promovendo desonerações desde o início do ano. Com o objetivo de reduzir os impactos provocados pela inflação elevada no país, a arrecadação de tributos federais está menor em 2022. A Receita Federal divulgou as informações nesta quinta-feira (21).

De acordo com o órgão, o governo já deixou de arrecadar R$ 39,630 bilhões no primeiro semestre deste com as desonerações tributárias. Em 2021, o valor havia chegado a R$ 31,753 bilhões no mesmo período. Isso quer dizer que o dinheiro que o governo abriu mão de receber está 24,8% maior neste ano que em 2021.

Vale destacar que o alto valor deste ano foi alcançado principalmente por causa do resultado de junho, quando as desonerações somaram R$ 10,057 bilhões. Aliás, veja abaixo as fontes de renúncia do governo federal em 2022:

• Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI): R$ 3,9 bilhões;
• Folha de salários: R$ 3,439 bilhões;
• PIS/Cofins sobre combustíveis: R$ 3,4 bilhões;
• Planos de saúde: R$ 1,273 bilhão;
• Tributação sobre participação em lucros e resultados: R$ 1,256 bilhão;
• Depreciação acelerada de bens de capital (BK): R$ 901 milhões;
• Outras desonerações, incluindo o Simples Nacional: R$ 25,461 bilhões.

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Arrecadação federal cresceu no semestre

Embora o governo esteja deixando de lado bilhões em arrecadação, isso não significa que o país está em dificuldades. Pelo contrário, a arrecadação federal de impostos totalizou R$ 1,089 trilhão no primeiro semestre deste ano. Em resumo, esse valor representa uma alta real de 11% contra o mesmo período de 2021.

Apenas em junho, as arrecadações somaram R$ 181,040 bilhões, salto de 17,96% em relação a junho do ano passado. A saber, esse foi o melhor resultado para o mês em toda a série histórica da Receita Federal, iniciada em 1995. Aliás, o acumulado no primeiro semestre também é o maior montante da série para o período.

Por fim, sem correção inflacionária, a arrecadação em junho cresceu 31,98% na base anual. Em outras palavras, o governo federal ainda pode continuar abrindo mão de valores bilionários, porque a arrecadação de tributos segue cobrindo esses valores.

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