Em coletiva de imprensa nesta quarta-feira (07), o governo de São Paulo confirmou a transmissão comunitária da variante Delta da Covid-19 no estado.
“Temos uma variante que já é autóctone, ou seja, ela já está circulando no nosso meio em pessoas que não tiveram histórico de viagens ou que tiveram contato com alguém que esteve, por exemplo, na Índia, e, dessa forma, temos que ter uma atenção especial”, disse o secretário da Saúde, Jean Gorinchteyn.
Para que a vacinação possa ser mais efetiva no combate à cepa detectada pela primeira vez na Índia, representantes do governo e do Instituto Butantan discutem a possibilidade de reduzir o intervalo entre as doses dos imunizantes da Pfizer e da AstraZeneca, cuja segunda dose é aplicada 3 meses após a primeira.
“As vacinas que têm duas doses só completam a imunidade após a segunda dose. No caso do Butantan (CoronaVac), esse intervalo é de 28 dias. Então, você completa a imunização mais rapidamente quando comparado com as vacinas que têm intervalo de três meses”, disse Dimas Covas, presidente do Instituto Butantan.
“Essas vacinas que têm intervalo de três meses, obviamente que você só vai completar a imunidade passados quase quatro meses da primeira dose. Então, sem dúvida, a possibilidade de antecipação da segunda dose para essas vacinas deve ser considerada, sim”, afirmou.
De acordo com Covas, “as vacinas possam não responder à variante delta de uma maneira geral, o fato de ter a imunidade completa ajuda substancialmente”. “Por isso, muitos já estão considerando a alteração do calendário de imunização prevendo a antecipação da segunda dose, que é uma medida que tem que ser considerada e é correta”, completou.
Para melhor combater variante Delta, é preciso mais doses de vacinas
No entanto, o secretário Jean Gorinchteyn ponderou que é preciso ter mais doses de vacinas disponíveis em São Paulo para que o intervalo entre as doses seja revisto.
“Mas é importante lembrarmos que também precisamos ter mais doses de vacinas, principalmente das outras vacinas, Pfizer, AstraZeneca, para que esse intervalo entre uma dose e outra possa ser, sim, estabelecido. Se não tivermos esse alento dado pela chancela e liberação do próprio Ministério da Saúde, que coordena o PNI, por mais que essa decisão aconteça, ela operacionalmente terá entraves”, disse.
A possibilidade de diminuir o intervalo entre as doses das vacinas das fabricantes Pfizer e AstraZeneca por conta da chegada da variante Delta do coronavírus será debatida na reunião sobre o Plano Estadual de Imunização do estado nesta quinta-feira (8).