A Polícia Civil revelou nesta quinta-feira (17) que investigações mostram que o fonoaudiólogo Wilson Nonato Rabelo Sobrinho, acusado de abuso sexual contra crianças, usava doces e abordagens lúdicas para “ganhar a confiança” de suas vítimas em Campo Grande, em Mato Grosso do Sul.
PF deflagra ação de combate ao abuso sexual de crianças
Segundo a corporação, famílias das crianças afirmaram que o suspeito, que teria cometido os crimes em Campo Grande, em Mato Grosso do Sul, não permitia que os pais dos menores participassem das sessões, feitas somente com as pequenas vítimas.
Fernanda Mendes, delegada à frente do caso, contou que “o pai de uma criança afirmou que o fonoaudiólogo tampava os olhos das crianças, dava doce e usava a maneira lúdica para conseguir o que queria”, isto é, cometer os abusos.
Ainda conforme ela, o número de crianças supostamente vitima do fonoaudiólogo subiu de 14 para 16, sendo que quatro casos já foram confirmados. Esse número pode aumentar nos próximos capítulos das investigações, visto que, em pouco mais de um ano em Campo Grande, o suspeito atendeu ao menos 200 crianças. Segundo Fernanda, todas elas serão chamadas e irão prestar depoimentos.
Mãe de criança relata caso de abuso
Em entrevista ao portal “G1”, a mãe de uma criança, que supostamente foi vítima do profissional, contou que seu filho, que tem cinco anos e é portador de deficiência auditiva, foi vítima do fonoaudiólogo e agora está passando por problemas psicológicos.
“Agora, a única força que eu estou tendo é de buscar ajuda para o meu filho, sabe, porque a cabecinha dele está toda deturpada, ele não sabe mais, tá bagunçada. Carinho pra ele, ele não sabe o que é o carinho certo, sabe, está tudo bagunçado”, contou a mulher.
Além dela, uma outra mulher também afirma que seu filho, de oito anos, foi vítima do homem. De acordo com ela, logo na primeira consulta, ela foi proibida de entrar na sala, pois o acusado afirmou que somente ele e o paciente poderiam entrar no local.
Passada algumas semanas, ela passou a notar um comportamento estranho do filho, que chegou a perguntar ao irmão mais velho se era normal “o tio [fonoaudiólogo] passar a mão no pipi” dele.
Segundo a mulher, após alguns questionamentos, o filho, chorando, revelou os abusos para ela, dizendo que o fonoaudiólogo ligava uma música, pedia para ele subir na maca e, com isso, a sessão de abusos era iniciada.
“O fonoaudiólogo pedia para passar a mão no pipi dele. O abusador abaixava o short do meu filho, passava a mão e pedia para que o meu filho fizesse a mesma coisa com o fono, mas a criança disse que não sabia o que estava fazendo”, contou a mãe do garoto.
O fonoaudiólogo foi preso preventivamente na quarta-feira (16) e, agora, está à disposição da Justiça – ele nega que tenha cometido qualquer abuso contra as crianças que passaram por consultas com ele.
Leia também: Justiça condena serial killer conhecido como ‘Monstro da Favela Alba’ a 103 anos de prisão