O presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte, vive um escândalo sobre a importação de vacinas contra a covid-19. Nesta terça-feira (5), ele atrapalhou uma tentativa do Senado filipino de investigar a imunização de guardas presidenciais com uma vacina não autorizada.
Os militares que fazem a segurança do presidente teriam recebido as doses da farmacêutica chinesa Sinopharm em setembro. Portanto, três meses antes do início da campanha de vacinação no mundo, que começou em dezembro, no Reino Unido.
Conforme a mídia internacional, o próprio presidente filipino revelou o caso em mensagem de fim de ano da semana passada. Na declaração, ele admitiu que muitas pessoas e alguns soldados já haviam sido vacinados.
Até o momento, a Agência Filipina de Alimentos e Medicamentos não aprovou nenhuma vacina contra a covid-19. Dessa forma, torna ilegal a importação, distribuição e venda de qualquer imunizante.
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Por isso, o Senado filipino decidiu investigar o plano de vacinação do governo. Os senadores queriam ouvir o chefe dos guardas presidenciais, o general Jesus Durante, para explicar o uso ilegal das vacinas. Contudo, o presidente do país pediu para ele não obedecer a convocação do Senado, segundo a CNN. “Estou ordenando que você fique no quartel”, afirmou Duterte.
Contrabando de vacinas nas Filipinas
Na semana passada, o secretário de Defesa do país, Delfin Lorenzana, responsável pela guarda presidencial, comentou o caso. Ele disse que as vacinas devem ser consideradas contrabandeadas, pois seu uso não foi autorizado, e que não sabiam de onde vieram. No entanto, ele ressaltou que foi uma escolha justificada pela emergência.
Esse não é o primeiro relato de contrabando de vacinas no pequeno país asiático de 106 milhões de habitantes. No começo de dezembro, a capital Manila investigou uma atividade ilegal de vacinação com doses pedidas pela Internet. Porém nenhuma evidência foi encontrada.