Depois do caso da delegada negra que foi barrada em um shopping de Fortaleza, no Ceará, um outro caso chamou a atenção na capital do estado. Desta vez, quem foi impedida de entrar em um shopping, na mesma cidade, foi uma adolescente, de 16 anos, que não pôde entrar no local porque seguranças pensaram que ela fosse uma pedinte.
Segundo as informações, o caso aconteceu na quinta-feira (23), mas só veio à tona nesta sexta-feira (24) quando o pai da adolescente, que é defensor público, relatou o caso nas redes sociais e depois em uma entrevista. De acordo com ele, o caso ocorrido com a filha foi racismo, visto que ela é negra.
“Ela a segurança disse que eu não podia estar pedindo dinheiro ali e eu não entendi. Eu questionei ‘[a padaria] está fechada? Não pode mais fazer pedido?’. Aí, ela disse ‘não, não pode pedir aqui dentro’, aí eu entendi o que ela estava querendo dizer”, disse adolescente Mel Campos em entrevista à “TV Globo”.
Ainda conforme conta o pai da adolescente, Adriano Leitinho, também à “TV Globo”, a Delegacia da Defesa da Criança e do Adolescente foi acionada e um registro de sobre o caso foi feito, “Minha filha foi para uma padaria para comer. Fiquei de encontrar com ela lá. Quando ela ia entrando, a segurança a abordou dizendo que ela não poderia ficar pedindo ali no shopping”, disse o defensor.
De acordo com a adolescente, somente depois que a jovem relatou que era cliente foi que ela conseguiu entrar no estabelecimento. “Eu falei: ‘não moça, eu sou cliente, eu vim aqui comprar’. Eu tentei explicar a situação, aí ela pediu desculpas, e eu entrei”, disse a jovem.
Em nota, o shopping revelou que a segurança pensou que a adolescente era pedinte porque estava correndo entre um posto de combustível e o shopping. Ainda conforme a empresa, por conta da repercussão do caso, a funcionária acabou pedindo demissão.
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