Fernando Henrique Cardoso diz que prefere não ser chamado para conversar com Bolsonaro

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) afirmou nesta quinta-feira (02) que, caso fosse chamado para um almoço com o atual chefe do Executivo, Jair Bolsonaro (PL), iria. No entanto, ele confessou que, na verdade, prefere não ser chamado, pois pensa diferente do presidente.

A declaração aconteceu durante uma entrevista do ex-presidente ao jornalista Rapha Prado. “Se ele convidar, eu acho que qualquer um deve dizer que sim. Eu diria que sim”, começou Fernando Henrique Cardoso na entrevista, que foi compartilhada no Instagram.

“Mas eu prefiro que ele não me convide. Não temos o que falar, né? Nós somos personalidades muito distintas, né?”, confessou o ex-presidente que, apesar das diferenças, apontou alguns fatos semelhantes ao atual presidente, como os dois serem do mesmo estado e terem tido uma vivência no Exército.

No entanto, ele voltou a ressaltar as diferenças, como a personalidade de Bolsonaro. “Ele ficou com uma coisa assim, marcada de raiva. Ele faz um apelo a um sentimento que eu não acho positivo, né”, disse o ex-chefe do Executivo.

Fernando Henrique e Lula

Nos últimos meses, Fernando Henrique Cardoso tem sinalizado que prefere que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vença as eleições deste ano. Isso porque, na visão dele, uma vitória do petista seria menos traumática do que uma eventual reeleição de Bolsonaro.

“No momento, eu penso que a vitória de Lula é menos traumática para o Brasil, de forma direta. Isso não quer dizer que eu não queira uma via pelo PSDB. Claro que eu desejo. Mas uma coisa é você desejar e trabalhar neste sentido, e outra coisa é analisar a realidade. Assim, por ora, entre Lula e Bolsonaro, acredito que o Lula seja melhor”, disse, à época.

No começo deste ano, Fernando Henrique Cardoso se encontrou com Lula. Na ocasião, os dois discutiram sobre a possibilidade de Geraldo Alckmin (PSB), ex-governador de São Paulo, assumir a vaga de vice do petista nas eleições. À época, conforme publicou o jornal “O Globo”, o integrante do PSDB aprovou a aliança.

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