Nesta quarta-feira (23), em entrevista ao programa Bom dia São Paulo, da TV Globo, a coordenadora do Programa Estadual de Imunização (PEI) de SP, Regiane de Paula, afirmou que as fake news (notícias falsas) tem dificultado o andamento da vacinação infantil contra Covid-19 no estado.
Segundo dados obtidos pelo telejornal através da Lei de Acesso à Informação (LAI), de 26 de fevereiro de 2020 até 5 de fevereiro deste ano, 6.224 crianças foram hospitalizadas com Covid-19 em São Paulo.
“A resistência está na fake news e todo tempo a gente tem que combater essas fake news. Os dados corroboram e muito o quanto é importante vacinar essas crianças de 5 a 11 anos e também, se possível, a aprovação de uma vacina de 3 a 5 anos. Nesse momento a gente precisa intensificar todas as ações, é fundamental combater as fake news e que os pais tenham a certeza de que a vacina é segura e eficaz”, disse Regiane.
A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) já havia afirmado que a difusão de notícias falsas estava dificultando o avanço da vacinação em todo o país. O mesmo foi dito pelo secretário municipal de Saúde do Rio de Janeiro, que registra baixa adesão à campanha de imunização de crianças contra Covid-19.
De acordo com o “Vacinômetro” do estado de São Paulo, 2.747.265 doses de vacinas contra Covid-19 foram aplicadas em crianças, sendo que 65,12% das crianças de 5 a 11 anos tomaram a primeira dose e 3,53% estão com o esquema vacinal completo.
Mutirão de vacinação infantil contra Covid-19 nas escolas deve combater fake news
Regiane ainda destacou a iniciativa da “Semana E”, um mutirão de vacinação infantil contra Covid-19 nas escolas. “É uma forma de acolher, a escola é extremamente acolhedora e facilita aos pais. Um termo de consentimento permite que as vacinas sejam feitas nas escolas”, explicou a coordenadora do PEI em São Paulo.
A expectativa é que a iniciativa se reflita em um avanço na vacinação infantil contra Covid-19 e ajude a desmistificar as fake news sobre o tema.
A vacinação infantil contra Covid-19 foi iniciada em janeiro no Brasil, apesar da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) ter aprovado o imunizante pediátrico da Pfizer no dia 16 de dezembro.
Além da vacina da Pfizer, autorizada para crianças de 5 a 11 anos, a CoronaVac também foi aprovada, mas apenas para pequenos a partir de 6 anos que não sejam imunossuprimidos.