Um relatório divulgado nesta sexta-feira (11) mostrou que publicações relacionadas às notícias falsas sobre fraude em urnas eletrônicas e em defesa do voto impresso tiveram 111 milhões de interações entre novembro de 2020 e janeiro de 2022. De acordo com o estudo, feito pela Diretoria de Análise de Políticas Públicas da Fundação Getúlio Vargas (DAPP-FGV), dentre as 111 milhões de interações estão curtidas, comentários ou compartilhamentos.
Ao todo, apontou a pesquisa, que afirma ter existido um crescimento das mensagens de contestação eleitoral na plataforma, foram 394.370 postagens sobre o tema em 27.840 páginas, perfis pessoais e grupos públicos.
Nos últimos meses, testes realizados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) mostraram que o sistema da urna eletrônica não oferece risco à segurança das eleições. Além disso, órgãos como o Tribunal de Contas da União (TCU) e a Polícia Federal (PF) também afirmaram que a urna é segura.
Disseminadores de fake news
Segundo o estudo, a página que mais teve interações quando o assunto foram as postagens sobre as supostas fraudes eleitorais foi a da deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP), apoiadora declarada do presidente Jair Bolsonaro (PL). No Facebook, foram incríveis 1.576 postagens sobre fraudes em urnas eletrônicas e 7.961.826 de curtidas, comentários ou compartilhamentos, o que traz uma média de 5.052 interações por postagem.
Em segundo e terceiro lugar estão outros dois perfis de deputados federais apoiadores de Bolsonaro: o de Bia Kicis (PSL-DF), que teve 6.855.975 interações, e do deputado Filipe Barros (PSL-PR), com 4.884.829 publicações.
Quando analisada a página de Bolsonaro, constata-se que, apesar de ter “poucas” publicações, foram 42, é de lá que saem as “melhores” médias de interações. Isso porque as publicações sobre fraudes em urnas eletrônicas somaram 3.878.011 interações, uma média de 92.334 interações por postagem.
Com o intuito de combater a propagação de notícias falsas, hoje, a PF tem ativa uma investigação sobre as Fake News, em um inquérito que foi aberto pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Além disso, o TSE tem publicado inúmeros estudos e análises que visam comprovar a segurança do sistema das urnas utilizados hoje no Brasil.
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