O ex-médico Roger Abdelmassih, de 76 anos, condenado a mais de 173 anos de prisão pelo estupro de pacientes, vai voltar para casa. Isso porque a justiça de Tremembé, São Paulo, concedeu a ele, nessa quarta-feira (05), o benefício de prisão domiciliar.
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O ex-médico tentava a prisão domiciliar desde março de 2020, quando a Justiça ordenou que ele retornasse ao presídio. Atualmente, ele se encontra internado em um hospital penitenciário em São Paulo, capital, e não há previsão para que ele saia de lá.
De acordo com a juíza Sueli Zeraik, da Vara de Execuções Criminais (VEC) de Tremembé a decisão acontece porque Abdelmassih tem estado delicado de saúde, necessitando de cuidados constantes que não seriam possíveis na unidade prisional.
“Está evidenciado nos autos que o sentenciado em questão conta com setenta e seis anos de idade, apresenta quadro clinico bastante debilitado, experimenta atualmente considerável piora em seu estado de saúde, necessita de cuidados ininterruptos”, cita em trecho da decisão.
Para conceder o benefício, a magistrada incluiu como exigência a permanência constante em seu endereço, com avisos prévios de saídas para atendimento médico; uso de tornozeleira eletrônica e perícia médica a cada seis meses.
Os crimes de Roger Abdelmassih
Roger Abdelmassih era considerado um dos principais especialistas em reprodução humana no Brasil. No entanto, sua reputação acabou quando ele passou a ser acusado de 52 estupros de pacientes em sua clínica, localizada em uma área nobre da capital paulista.
Em 2010 ele foi condenado. Todavia, ele não foi preso logo após ter sido condenado porque um habeas corpus do Superior Tribunal de Justiça (STJ) dava a ele o direito de responder em liberdade.
A situação do ex-médico se complicou em 2011, quando o habeas corpus foi revogado pela Justiça, pois ele tentou renovar seu passaporte, o que sugeria a possibilidade de que ele tentaria sair do Brasil.
Como a prisão foi decretada e ele deixou de se apresentar, passou a ser procurado pela polícia até ser preso em 2014 no Paraguai e, desde então, acumula idas e vindas da cadeia à prisão domiciliar, por conta da idade avançada.
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