Ex-marido de vlogueira chinesa é condenado à morte

Nesta sexta-feira, 15, a Justiça chinesa condenou o ex-marido da vlogueira Lamu pelo assassinato da mulher durante uma transmissão ao vivo. O homem jogou gasolina e ateou fogo, incendiando a mulher enquanto milhares de pessoas a assistiam.

 

Ex-marido de vlogueira chinesa é condenado à morte. (Imagem: BBC News)

 

A tibetana tinha centenas de milhares de seguidores do TikTok e ficou famosa pelas postagens otimistas sobre a vida rural. Em seus vídeos, a vlogueira retratava a busca por alimentos nas montanhas, cozinhando e cantando canções enquanto se vestia com trajes tradicionais do Tibet

Lamu havia se divorciado de Tang Lu, mas o histórico do homem era de violência contra a mulher. Ao ser incendiada, Lamu sofreu queimaduras em 90% do corpo, e ficou agonizando durante duas semanas até a sua morte. De acordo com o tribunal da prefeitura de Aba, Tang Lu merece uma punição severa perante a lei. 

Após a morte da vlogueira, dezenas de milhares de seguidores deixaram mensagens na página da mulher. Ao mesmo tempo, milhões de usuários da plataforma de microblog Weibo, clamaram uma punição justa por meio do uso de hashtags que mais tarde foram censuradas. 

A violência doméstica foi criminalizada na China desde o ano de 2016, mesmo assim, a prática permanece sendo generalizada, sobretudo em áreas rurais. A vlogueira Lamu já havia feito diversas denúncias contra Tang Lu à polícia local, no entanto, os agentes de segurança pública ignoraram o pedido da mulher sob a justificativa que se tratava de um assunto familiar. 

Com muita dificuldade a vlogueira conseguiu se divorciar do marido, mas voltou para ele em meio a ameaças de matar um dos filhos dela. Após o casamento reatado, as agressões continuaram, até que Lamu se divorciou pela segunda vez e conseguiu a guarda dos dois filhos no tribunal. 

Conforme apurado, um quarto das mulheres casadas na China já sofreram ou sofrem algum tipo de violência doméstica. As informações foram obtidas por meio do estudo da Federação das Mulheres da China no ano de 2013. O temor de diversos ativistas chineses é que após o período de “esfriamento” de 30 dias imposto para casais que desejam se divorciar, que a situação se torne ainda mais difícil, abusiva e violenta para as mulheres. 

Uma em cada quatro mulheres chinesas é vítima de violência doméstica, pelo menos, uma vez na vida, segundo dados da Federação das Mulheres da China. O ex-marido da vlogueira incendiada viva foi condenado à pena de morte. De acordo com o tribunal, o homem “mostrou uma crueldade extrema e, seu impacto na sociedade foi terrivelmente ruim”, declarou.

Laura Alvarenga

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