Com base em uma análise feita pela diretora regional da Organização Mundial da Saúde (OMS), Hans Kluge, os registros de mortes por Covid-19 na Europa podem chegar a, aproximadamente, 2,2 milhões até março de 2022. A previsão se cumprirá caso as tendências atuais sejam mantidas.
O diretor alegou que, para escapar do que ele chama de “marco sombrio”, será preciso tornar a campanha de vacinação contra a Covid-19 mais rígida. “Isso significa ser vacinado, tomar o reforço se oferecido e ao mesmo tempo usar máscaras, manter distância, ventilar espaços internos, lavar as mãos e espirrar no cotovelo”, pontuou.
Porém, a obtenção de uma melhoria no cenário depende do empenho exclusivo de cada cidadão, os quais têm o poder de evitar tragédias e perdas desnecessárias, limitando mais perturbações à sociedade e às empresas durante o inverno. Em virtude da quarta onda de Covid-19 que a Letônia, Holanda e Áustria estão enfrentando, foi preciso decretar novamente o lockdown, em especial para os não vacinados.
No entanto, nem todos ficaram de acordo com a decisão, o que causou a insatisfação e, por consequência, a revolta de muitos cidadãos locais que fizeram protestos, sendo que alguns deles acabaram em violência. Ainda assim, é importante se lembrar que, desde o princípio da pandemia da Covid-19, cerca de 1,5 milhão de europeus morreram sendo vítimas da Covid-19. Os dados reúnem os 53 países do conglomerado.
Desde o último verão europeu, a média de óbitos diários teve um crescimento expressivo. E segundo dados da OMS, os registros dobraram de 2.100 no final do mês de setembro para 4.200 na última semana. O cenário também foi evidenciado por um levantamento feito pelo Instituto de Métricas e Avaliação em Saúde, o qual indica que hoje, a Covid-19 é a principal causa das mortes na Europa e na Ásia Central.
As estimativas são de que a pressão sobre os hospitais fique em alta ou extrema em 25 dos 53 países entre o final de novembro até o dia 1º de março do ano que vem. Além do mais, a perspectiva para a ocupação das Unidades de Tratamento Intensivo (UTIs) é ainda mais preocupante, a pressão alta ou extrema só não é aguardada em somente quatro países: Malta, Suíça, Cazaquistão e Israel. Eles estão na área acompanhada pela seção europeia da OMS.
A entidade ainda apontou três fatores como os principais causadores do impulsionamento da alta transmissão da Covid-19. O primeiro consiste na predominância da variante delta, altamente transmissível e presente em mais de 99% dos sequenciamentos feitos no continente, sem que nenhum país reporte mais de 1% de qualquer outra variante.
Em segundo lugar está o fato de que muitos países informaram às populações de que a Covid-19 não era mais uma ameaça após aliviar as medidas restritivas, como o uso de máscaras faciais e o distanciamento social. O terceiro lugar é composto por um grande número de pessoas que ainda não se vacinaram e, por consequência, não estão protegidas contra os estágios mais graves da doença, levando às mortes.