Estudo da FGV aponta que mais de 30% das famílias têm dívidas em atraso; inflação é a principal causa

A Fundação Getúlio Vargas emitiu relatório especial através do Instituto Brasileiro de Economia, mostrando que uma a cada três famílias brasileiras possuem dívidas atrasadas.

Segundo o estudo, a inadimplência chega a quase 60% nas famílias com renda de até R$2.100. Já para aquelas com ganhos superiores a R$ 9.600, a porcentagem cai para 10%.

Durante os dias 3 a 22 de janeiro foram consultados cerca de 3,5 mil consumidores em todo o país. A FGV aponta a inflação e dificuldade em conseguir como a grande responsável pelo aumento das dívidas em famílias de baixa renda. 

Essas são as maiores taxas já registradas pelo setor de economia da instituição desde 2012. Levando em conta apenas atrasos maiores que 30 dias, as dívidas atingem 21% das famílias. Em 2018, esse valor estava em 14%.

Segundo Viviane Bittencourt, coordenadora das sondagens do consumidor da FGV, existem três motivos principais para o aumento da desigualdade em 2021. Interrupção do auxílio emergencial, dificuldade em voltar para o mercado de trabalho e baixas nas contratações no setor de serviço.

Ela afirma que o Auxílio Brasil ajudou a melhorar a situação financeira de famílias de baixa renda, mas que não foi o suficiente, já que o número de atendidos pelo auxílio emergencial era superior ao atual programa do governo.

O coordenador do comércio e investimentos da FGV, Rodolpho Tobler ainda afirma que a inflação ainda é a grande vilã, já que o mercado ainda não conseguiu reagir para compensar o aumento dos preços e dos créditos altos.

Cenário atual

Segundo o Serasa, a inadimplência no país atinge mais de 60 milhões de brasileiros no primeiro semestre de 2022. Tais valores se aproximam do recorde divulgado pela organização durante a pandemia, em que 65,9 milhões possuíam alguma dívida.

O valor total das dívidas, ainda segundo o Serasa, saltou de R$ 258 bilhões para R$ 260,7 bilhões. Para auxiliar os inadimplentes, a instituição realizará o Feirão Limpa Nome Emergencial até o dia 31 de março.

O que é o Feirão Limpa Nome Emergencial

O feirão conta com a parceria de mais de 100 empresas, entre bancos, empresas de telefonia, varejistas e universidades.

Vale ressaltar que essa ação ocorre normalmente no final do ano, mas tem edição extra em 2022 por conta do cenário de dificuldades econômicas da população em decorrência da pandemia.

Para participar do evento, o cidadão poderá acessar o site do Serasa ou baixar o aplicativo disponível no Google Play e App store. Além do meio digital, é possível fazer a consulta da situação por meio de agências dos Correios.

 

Veja também: Serasa Limpa Nome: Feirão online concede descontos de até 99% em dívidas – Brasil123

 

Gustavo Lage

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