Estudo britânico considera o transplante de útero como alternativa para gestação de mulheres trans

O transplante de útero já é uma realidade que traz chance às mulheres com problemas de infertilidade, enfim conseguirem realizar o sonho de gestar, entretanto, um estudo britânico vem considerando a alternativa para incluir mulheres trans neste objetivo maternal.

Atualmente são 20 nascimentos contabilizados no mundo através desta prática, que utiliza órgãos doados de pessoas que já faleceram e de homens trans que tiveram seus úteros removidos.

Após o parto cesariano desses bebês, o órgão costuma ser removido, diante disso, o transplante de útero é considerado uma medida temporária.

No Brasil, o primeiro transplante de útero bem sucedido foi realizado em 2016 pela equipe de ginecologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP em São Paulo em uma mulher que sofria de síndrome de Rokitansky.

Na ocasião foi utilizado o órgão de uma doadora morta e no ano seguinte, a receptora do útero já conseguiu engravidar, por meio de uma fertilização in vitro. Para evitar a rejeição ao órgão, imunossupressores foram utilizados durante a gestação.

Síndrome de Rokitansky

A Síndrome de Rokitansky também pode ser conhecida como Síndrome de Mayer-Rokitansky-Küster-Hauser ou Agenesia Mülleriana. Ela é caracteriza por uma má formação do órgão sexual feminino, como vagina encurtada ou até ausência dela e inexistência de útero.

A condição é considerada rara e geralmente detectada na adolescência após a ausência da menstruação ou ao iniciar a atividade sexual, já que são encontradas dificuldades que impedem ou dificultam o contato íntimo.

A síndrome pode ser tratada através do uso de dilatadores vaginais de plástico que esticam o canal vaginal, como também por cirurgia, entretanto para gestar a mulher pode necessitar de técnicas de reprodução assistida como inseminação artificial. Já nos casos da ausência do útero, o transplante é a única alternativa.

Mais sobre o estudo britânico

A implantação de um útero em uma mulher trans implica na análise e alteração da técnica já aplicada, visto que o formato da pelve masculina é diferente da feminina, além de outras questões hormonais.

Apesar disso, os médicos britânicos afirmam que seria eticamente inadmissível não incluir as mulheres trans entre as possíveis pacientes deste estudo, que visa garantir a tão sonhada experiência da gestação.

Ainda de acordo com os médicos responsáveis, as operações estão planejadas para acontecer ainda este ano.

Leia também: Congelamento de sêmen assegura o adiamento da paternidade

Paloma Andrade

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