A continuidade das atividades escolares à distância é um dos principais desafios enfrentados pela educação desde o início da pandemia de Covid-19. Para que os estudantes pudessem continuar seu aprendizado em casa, as escolas tiveram que se adaptar. Por exemplo, com envio de atividades via WhatsApp, correspondência, televisão, rádio e até mesmo impressas, entregues nas residências dos alunos.
Apesar disso, mesmo com os esforços das escolas e universidades ainda existe um grande percentual de estudantes que estão sem atividades. De acordo com a última edição da pesquisa Pnad Covid, divulgada nesta semana, cerca de 6 milhões de alunos não receberam nenhum tipo de atividade escolar durante o mês de outubro. Ou seja, 13,2% dos alunos matriculados na educação básica ou ensino superior, dos 6 aos 29 anos. Entretanto, esse número vem diminuindo com o passar dos meses, graças aos esforços das instituições de ensino. Segundo o Datafolha, em julho o índice de estudantes de escolas públicas sem atividades chegava a 20%.
Os alunos do ensino médio são os mais afetados pela falta de atividades (16,4%). Na sequência, aparecem os estudantes do ensino superior (13,9%) e do ensino fundamental (11,8%). Além disso, os jovens da região Norte são os mais afetados, na qual 29,3% não receberam atividades. O menor índice é da região Sul, na qual apenas 5,1% dos alunos não receberam atividades. Igualmente, os mais pobres foram os mais afetados. Dentre eles, 17,9% dos estudantes que recebem até meio salário mínimo por pessoa não receberam atividades educacionais.
Estudantes não são os únicos afetados
Contudo, enganam-se aqueles que acreditam que os alunos são os únicos da comunidade escolar a serem afetados negativamente pela pandemia. Pois, para garantir a entrega das atividades remotas aos estudantes, os professores estão aumentando suas cargas de trabalho. Muitos deles, sem receber sequer algum tipo de suporte das escolas. Em muitos casos, os professores relatam terem que trabalham em dobro para promover as atividades aos estudantes.