A suspensão da vacinação contra Covid-19 de adolescentes sem comorbidades anunciada hoje (16) pelo Ministério da Saúde não foi bem recebida por especialistas da área, que classificam a decisão como “100% errada” e “inoportuna”.
O epidemiologista Pedro Hallal manifestou insatisfação no Twitter, após anúncio do Ministério da Saúde, criticando que a pasta não trata a pandemia com uma abordagem coletiva.
“100% errada a decisão do Ministério da Saúde de suspender a vacinação em adolescentes. Até quando vão tratar a pandemia com uma abordagem clínica, e não coletiva? É verdade que a maioria dos adolescentes não terá caso grave, mas quanto mais gente vacinada, mais difícil pro vírus circular.”, postou Hallal.
Assim como o epidemiologista, a médica pneumologista e pesquisadora da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Margareth Dalcolmo, se mostrou contrário a decisão do Ministério da Saúde.
“A vacina é segura, a questão da segurança está resolvida. A questão da proteção nessa faixa etária (12 a 17 anos) também”, disse Dalcolmo em entrevista ao portal UOL nesta quinta-feira (16).
“Tendo disponibilidade de vacinas para grupo vulneráveis, a cobertura de adolescentes é absolutamente correta”, completou a pneumologista, que afirmou que os pais e responsáveis devem seguir levando seus filhos para tomarem o imunizante.
Governo de SP mantém vacinação de adolescentes sem comorbidades
O governo de São Paulo, apesar da orientação do Ministério da Saúde, afirmou que seguirá recomendando a vacinação contra a Covid-19 de adolescentes sem comorbidades aos municípios do estado. A capital paulista já informou que não irá suspender a imunização do grupo.
“Coibir a vacinação integral dos jovens de 12 a 17 anos é menosprezar o impacto da pandemia na vida deste público. Três a cada dez adolescentes que morreram com covid-19 não tinham comorbidades em São Paulo. Este grupo responde ainda por 6,5% dos casos e, assim como os adultos, está em fase de retomada do cotidiano, com retorno às aulas e atividades socioculturais”, diz o governo paulista, em nota divulgada nesta quinta.