Acusado de ter matado a vereadora do Rio de Janeiro Marielle Franco e o seu motorista, Anderson Gomes, em março de 2018, o ex-agente da Polícia Militar (PM), Ronnie Lessa, teve uma ordem de prisão preventiva decretada na quinta-feira (14) por conta do crime de lavagem de dinheiro.
Preso desde março de 2019 pela morte da parlamentar, o ex-agente é acusado de lavagem dinheiro porque, segundo as investigações, de 2014 a 2019 ele teve renda média mensal declarada de R$ 7.095,05. No entanto, ele movimentou R$ 5.729.013,40 em contas bancárias suas e de “laranjas”.
Além dele, Elaine Pereira Figueiredo Lessa, sua esposa, que também já está presa, foi outra que teve uma ordem de prisão preventiva decretada por conta do mesmo motivo.
Além da dupla, o irmão do acusado de ter matado Marielle Franco, Denis Lessa, e um amigo dele, Alexandre Motta de Souza, também são suspeitos de terem lavado dinheiro. Eles não foram presos, mas se comprometerem a cumprir uma série de determinações, como ir até uma delegacia a cada dois meses.
As investigações
As suspeitas sobre a lavagem de dinheiro surgiram durante a investigação da morte da vereadora. De acordo com o Ministério Público, (MP), apareceram indícios da incompatibilidade entre a renda declarada pelo ex-agente e o padrão de vida que ele e sua família ostentava.
Com as diligências, constatou-se a ocultação de valores e bens por meio de “laranjas”, que colaboravam com o esquema fazendo movimentações financeiras e compras em seus nomes.
“Dezenas de bens foram adquiridos pelo denunciado, incluindo um imóvel de luxo na Barra da Tijuca, imóvel em Angra dos Reis, imóvel em Mangaratiba, uma lancha de 33 pés e veículos de luxo, sendo que parte destes bens foi ocultada em nome de ‘laranjas’”, informou o órgão.
Por fim, o MP revela que, com as investigações, conclui-se que a movimentação financeira de Lessa e sua evolução patrimonial não encontram lastro nos rendimentos lícitos. Isso porque, de acordo com o órgão, a quantia era advinda da prática de crimes como homicídios encomendados por terceiros, comércio ilegal de armas de fogo de uso restrito e participação em organizações criminosas voltadas à exploração de jogos de azar.
Leia também: Polícia Civil desarticula rota de explosivos usados em ataques a bancos na Bahia