De acordo com a ministra Alexandra Vela, do Equador, o país, que está localizado entre a Colômbia e o Peru, dois dos maiores produtores de cocaína do mundo, não é mais um país de trânsito para essas drogas, pois se tornou o local ideal para o depósito dos entorpecentes.
“O processo de incursão do tráfico de drogas no país ocorrido nos últimos anos vem se consolidando e fazendo com que o país deixe de ser uma mera passagem para um país onde há armazenamento interno”, afirmou Alexandre durante uma entrevista à emissora equatoriana “Ecuavisa”.
Números do governo do Equador mostram que agentes da segurança pública do país apreenderam, nos oito primeiros meses deste ano, 116 toneladas de drogas. Ainda conforme a gestão equatoriana, a maioria dessa quantidade de entorpecente era cocaína.
Ponto estratégico para o tráfico
Segundo Freddy Rivera, especialista equatoriano em segurança e tráfico de drogas, em entrevista à “AFP”, o país é “estratégico” para os traficantes, pois tem uma economia dolarizada e cinco portos marítimos para tentar exportar drogas para os Estados Unidos e Europa. Além disso, ele também cita o fato da “enorme fragilidade institucional, permeada pela corrupção e pela infiltração do crime organizado nas instituições de segurança, justiça e prisionais”.
Presídios afetados
Nos últimos anos, conforme divulgou recentemente o Brasil123, o Equador passa por uma crise carcerária, desencadeada, segundo o governo daquele país, muito por conta da disputa entre grupos criminosos que estão a serviço de cartéis de drogas como o mexicano Sinaloa e Jalisco Nueva Generación.
Na última terça-feira (28), por exemplo, esses grupos se enfrentaram dentro de uma penitenciara em Guayaquil, no Sudoeste do país. Na ocasião, ao menos 119 pessoas morreram no confronto, considerado um dos piores da história dos presídios da América Latina. Ao todo, 238 pessoas já morreram nas prisões equatorianas neste ano.
Atualmente, o país vizinho do Brasil vive uma crise penitenciária sendo que, desde 2019, devido à superlotação, corrupção, insuficiência de guardas e violência, o sistema carcerário do Equador está em estado emergência.
Para Alexandra Vela, as mortes registradas nos presídios estão relacionadas à “uma luta aberta entre duas gangues ou grupos criminosos, às vezes três e quatro estão dentro da prisão, para controlar a cadeia e os mercados do tráfico”.
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