Um anúncio feito nesta sexta-feira (10) revelou que o laboratório britânico AstraZeneca e a Rússia realizarão testes clínicos em conjunto, a fim de combinar vacinas contra a Covid-19. O estudo será realizado em parceria com a Universidade de Oxford (Reino Unido), e a Sputnik V.
De acordo com as desenvolvedoras, ambos os imunizantes são baseados em adenovírus inócuos, patógenos que causam resfriado sem representar ameaças para os imunizados e utilizados como vetores virais para o RNA do novo coronavírus.
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“Anunciamos um programa de testes clínicos para avaliar a segurança da imunogenicidade da combinação da ASD1222, desenvolvida pela AstraZeneca e a Universidade de Oxford, e a Sputnik V, desenvolvida pelo Instituto de Pesquisa Gamaleya”, informou a AstraZeneca em nota.
De acordo com os cientistas, os testes incluirão voluntários com mais de 18 anos. O chefe do Fundo de Investimento Direto Russo, Kirill Dmitriev, afirmou que a Rússia pretende produzir a combinação entre as duas vacinas caso a eficácia e a segurança do novo produto sejam confirmadas.
Para Dmitriev, a cooperação entre cientistas de diferentes países será “decisiva” para a superação da pandemia. O imunizante de Oxford já foi testado em mais de 30 mil pessoas no mundo. O ensaio clínico de fase 3 do Gamaleya prevê 44 mil voluntários.
“As combinações das diferentes vacinas contra a Covid-19 podem ser uma etapa importante para criar uma proteção maior”, afirmou a AstraZeneca, explicando que ao unir duas pesquisas é possível obter uma “resposta imunológica melhor”.
Enquanto a vacina da AstraZeneca é baseada em um adenovírus de chimpanzé, a Sputnik V foi desenhada a partir de dois adenovírus encontrados em humanos. A Rússia tem, ainda, uma segunda vacina desenvolvida por um laboratório da Sibéria que, assim como a Sputnik V, também foi aprovada pelo governo apesar de ainda estarem em testes.
Eficácia das vacinas
Recentemente, um estudo publicado na revista científica Lancet concluiu que a eficácia geral do imunizante da AstraZeneca é de 70%. Foi identificada, no entanto, um grau de proteção de 90% nos voluntários imunizados com uma dose e meia no lugar de duas dosagens.
Por outro lado, a Sputnik V tem eficácia de 94% a 95%, segundo o fundo soberano russo que financia as pesquisas do Gamaleya e chefiado por Kirill. No entanto os resultados ainda não foram publicados nem revisados por pares.