Embargo chinês à carne brasileira pode gerar perda de US$ 2 bi

Segundo informações de entidades ligadas ao agronegócio e ao comércio exterior, um possível embargo chinês à carne brasileira pode gerar um prejuízo na margem de US$ 2 bilhões. Desde o dia 4 de setembro a China parou de importar carne vinda do Brasil, retornando somente nesta quarta-feira, 15.

 

Embargo chinês à carne brasileira pode gerar perda de US$ 2 bi.
(Imagem: Pixabay).

 

A suspensão da exportação de carne para a China foi estabelecida pelo próprio governo brasileiro após o surgimento de dois casos atípicos de Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB), popularmente conhecida como doença da vaca louca. Os registros foram feitos nos estados de Minas Gerais e Mato Grosso. 

Dois dias mais tarde, a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), manteve o status do Brasil como um país “com risco insignificante” para a doença. A conclusão à qual se chegou foi que, não houve contaminação entre os bovinos, mas sim, uma mutação em um único animal. 

Por esta razão, o governo brasileiro tinha expectativas de que a China retomasse a importação de carnes logo na sequência, mas não foi o que aconteceu. Em uma previsão preliminar, o presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro, estimou que o setor poderia obter um prejuízo aproximado em US$ 2 bilhões entre outubro a dezembro deste ano, caso o embargo fosse mantido. 

Enquanto isso, a Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), projetou no início deste mês, perdas de até US$ 1,8 bilhão, considerando o veto prolongado até este mês de dezembro. 

Uma edição recente do relatório Mercados e Preços Agropecuários divulgado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), mostrou que o preço do boi gordo e do frango teve um aumento de 40%. A apuração foi feita considerando o período entre janeiro e setembro deste ano.

A comparação foi feita com base no segundo trimestre do ano, logo após a China suspender as importações de carne do Brasil. Na oportunidade, o Ipea informou que diante do embargo chinês à carne bovina brasileira, “não foram encontrados, pelo menos no mês de outubro e nas duas primeiras semanas de novembro, outras praças para a colocação desse produto em um volume minimamente próximo ao que vinha sendo enviado pelo Brasil nos meses anteriores”. 

Vale ressaltar que a China é o maior comprador de carne de boi do Brasil. Embora o país também exporta o produto para outros países, o consumo chinês gira em torno de dois milhões de toneladas.

Laura Alvarenga

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