O governo do estado de São Paulo revelou na terça-feira (12) ter caído pela metade, nos últimos sete anos, o número de jovens infratores internados na Fundação Casa. De acordo com os dados, o número foi de 10.165 em 2014 para 5.167 neste ano.
Em nota, o governo do estado informou que a maioria dos apreendidos (80%), atualmente, estão envolvidos em crimes ligados ao tráfico de drogas. Por outro lado, o restante, isto é, 20%, estão reclusos por conta de crimes como roubos, homicídios, latrocínios e sequestros.
De acordo com o governo, os dados foram colhidos pela Secretaria da Segurança Pública (SSP), que mostrou também que o número de menores apreendidos em flagrante, na Grande São Paulo, caiu 24% entre 2019 e 2021, no período de janeiro a agosto. Neste sentido, foram 3.784 apreensões em 2019, contra 2.861 neste ano.
Quando olhamos para o número de apreensões de menores por ordem de um juiz, no mesmo período, percebemos que a queda foi ainda maior: de 59,5% – foram 605 apreensões em 2019, contra 245 neste ano.
Explicação para a queda
Na visão de Fernando José da Costa, presidente da Fundação Casa e Secretário de Justiça do estado, a queda na internação de jovens infratores acontece por conta da diminuição da criminalidade no estado de São Paulo.
Além disso, ele destaca o fato de os magistrados terem passado a adotar mais penas alternativas do que medidas de internação. “Hoje um magistrado vem adotando prestação de serviço à sociedade ou liberdade assistida para esses jovens. Nós também tivemos um envelhecimento da população no Brasil”, declarou.
Por fim, apesar dos bons números, o promotor de Justiça Fernando Henrique Freitas Simões, ressalta que, em sua visão, falta um estudo para explicar, de fato, essa queda revelada pelo governo paulista.
“Seria uma afirmação muito complicada dizer que eles, nos bairros que eles residem, têm uma vida melhor, e por isso, eles estão infracionando menos. Falo especificamente de São Paulo, de influência do crime organizado. De mudança na forma de atuar da Polícia Militar, que faz a imensa maioria das apreensões”, afirmou o promotor.
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