Economistas alertam para risco de endividamento APÓS negociações com o Desenrola Brasil! Entenda

De acordo com o balanço mais recente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), o programa Desenrola, que visa renegociar dívidas bancárias, alcançou um montante de R$ 8,1 bilhões em dívidas renegociadas. No término do seu primeiro mês, o programa atendeu a 985 mil clientes.

Apesar do sucesso inicial, especialistas em economia alertam para a necessidade de cuidados por parte dos consumidores que estão recuperando seu crédito. A principal preocupação se concentra na ausência de educação financeira durante a fase inicial do programa. Nesta fase, as dívidas de até R$ 100 foram removidas dos registros negativos e débitos junto a instituições financeiras estão sendo renegociados para clientes com renda de até R$ 20 mil. No entanto, economistas advertem que sem um planejamento adequado, o alívio financeiro pode ser temporário, levando os indivíduos a acumularem dívidas novamente.

Cuidados após a negociação

Um ponto crítico a ser observado é em relação às dívidas de até R$ 100. Embora essas dívidas tenham sido removidas dos registros negativos como parte do programa, elas continuam existindo e acumulando juros.

Economistas alertam para a importância de quitar prontamente essas dívidas de menor valor para evitar o acúmulo de juros, especialmente considerando as altas taxas de juros praticadas no crédito ao consumidor.

Além disso, a educação financeira é destacada como crucial para os participantes do programa. Especialistas recomendam que, ao parcelar débitos, os consumidores cumpram com os compromissos renegociados e planejem de forma responsável antes de realizar novos gastos.

O programa Desenrola também enfrenta críticas por não oferecer um programa de reeducação financeira aos participantes. Embora alguns bancos estejam promovendo campanhas de esclarecimento para aqueles que estão renegociando dívidas, essa não é uma exigência obrigatória para participar das renegociações.

Em relação à próxima etapa do programa, os economistas concordam que os participantes devem planejar com cuidado suas ações para evitar o endividamento após a renegociação.

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Golpes do Desenrola Brasil

Além disso, a atenção aos golpes também é necessária. Desde o lançamento do Desenrola, golpistas têm utilizado e-mails, SMS e aplicativos de mensagens para oferecer falsas renegociações. É recomendado que os clientes busquem as instituições financeiras por meio de canais oficiais para manifestar interesse na renegociação, evitando clicar em links suspeitos ou fornecer informações pessoais a terceiros.

Em suma, embora o Desenrola tenha proporcionado uma oportunidade para muitos indivíduos renegociarem suas dívidas e recuperarem seu crédito, os economistas destacam a importância da educação financeira contínua e do planejamento para evitar a recorrência do endividamento.

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O que é o Desenrola Brasil?

O programa “Desenrola Brasil” é uma iniciativa prometida durante a campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Ela tem o objetivo de realizar um mutirão de renegociação de dívidas para pessoas físicas. Assim, a principal meta é remover essas pessoas das listas de inadimplentes e promover a recuperação do potencial de consumo da população.

O Ministério da Fazenda estima que, no total, aproximadamente 70 milhões de pessoas serão beneficiadas pelo programa. Dessa forma, o governo pretende direcionar seus esforços para os devedores com renda bruta de até dois salários mínimos. Da mesma maneira, para os que estejam inscritos no Cadastro Único (CadÚnico). Isso com o objetivo de oferecer oportunidades de regularização financeira para aqueles que enfrentam maiores dificuldades econômicas.

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Faixa 1

O programa Desenrola Brasil destina a “faixa 1” para a população que tem uma renda de até R$ 2.640, o que equivale a dois salários mínimos, ou para aqueles que estão inscritos no Cadastro Único do governo federal (CadÚnico). Assim, nessa faixa, é possível renegociar dívidas financeiras e não financeiras de até R$ 5.000, contraídas no período de 1º de janeiro de 2019 a 31 de dezembro de 2022.

Em relação à “faixa 1”, o Ministério da Fazenda emitiu uma portaria que estabelece que as instituições financeiras devem se habilitar na plataforma digital do programa para iniciar as renegociações. No entanto, a portaria não especifica datas.

Dessa forma, o governo planeja realizar um leilão em agosto para determinar quais credores serão contemplados, e aqueles que oferecerem os maiores descontos terão vantagem no processo.

É importante ressaltar que a maioria das dívidas negativadas no país (66,3%) não é com bancos. Elas são com varejistas e empresas de serviços essenciais, como água, gás e telefonia. Por isso, o governo planeja realizar grandes leilões divididos por setores, a fim de negociar milhares de dívidas simultaneamente. Assim, os credores que oferecerem os maiores descontos terão a oportunidade de participar do programa.

Resultados do Desenrola Brasil

As negociações dentro do programa Desenrola Brasil estão em pleno andamento na CAIXA. Dessa forma, o banco já alcançou a soma de R$ 1,5 bilhão em dívidas regularizadas, trazendo benefícios a mais de 70 mil cidadãos brasileiros.

Ao longo de quase um mês desde o início do programa, mais de 88 mil contratos foram regularizados. Além disso, cerca de 92% das propostas negociadas foram acordadas de forma imediata. Sendo assim, o enfoque continua nas categorias de cartão de crédito, cheque especial e CDC. Eles permanecem com os maiores índices de regularização.

Durante um mês de execução do Programa Desenrola, as empresas associadas ao Banco do Brasil (BB) realizaram renegociações no valor de R$ 5,4 bilhões. Deste montante, mais de R$ 850 milhões correspondem à Faixa 2 do programa especial do governo. Além disso, R$ 4,1 bilhões estão relacionados a renegociações especiais oferecidas pelo próprio banco. Por fim, R$ 377 milhões foram renegociados por meio da empresa Ativos S.A. Essa é uma subsidiária do banco.

Além dos indivíduos com renda de até R$ 20 mil, que eram o foco da primeira fase do Desenrola, o BB estendeu as opções de renegociação para outros grupos inadimplentes. Isso inclui micro e pequenas empresas, bem como pessoas físicas em geral.

Assim sendo, na segmentação por grupos, o BB renegociou mais de R$ 850 milhões para 101 mil pessoas físicas que se enquadram na Faixa 2 do Programa Desenrola, cujas renegociações foram iniciadas há um mês. Além disso, o banco também refinanciou cerca de R$ 2,9 bilhões para 194 mil pessoas físicas em geral. Também negociou R$ 1,2 bilhão para cerca de 22 mil micro e pequenas empresas.

Natalia Rosso

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