Economista diz que governo vai dar ‘tiro no pé’ se mudar meta de superávit

Uma possível mudança na meta de superávit para 2024 seria um “tiro no pé” por parte do governo federal. Isso quem afirma é Felipe Salto, economista-chefe e sócio da corretora Warren Rena, que comentou sobre essa suposta alteração. A declaração do especialista foi feita durante uma entrevista ao canal “CNN Brasil” nesta quinta-feira (10). Na ocasião, ele ressaltou que “ainda não temos o arcabouço fiscal aprovado e o próprio governo impôs essa meta de déficit primário de 0,25%” do Produto Interno Bruto (PIB).

Petrobras foi a empresa do setor que mais pagou dividendos no 1º semestre

De acordo com o economista, o governo federal, hoje, apresenta incertezas sobre as receitas que precisam ser fechadas para o resultado de 2024. Isso, além de aprovar o marco fiscal. “O Congresso está querendo ‘um pouco de sangue’ e querendo mais gastos, e mudar a meta de primário seria uma forma de fazer isso”, diz ele. Ainda durante a entrevista, Felipe Salto ressalta que o momento atual não é propício para se discutir uma mudança na meta de superávit.

“O governo pode colocar na proposta orçamentária suas projeções de receitas, que têm que ser fidedignas e estar baseadas em projetos de lei que garantam essas receitas. Ele pode resolver o Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) sem mudar a meta”, avalia ele, completando que, caso o governo ceda neste momento, “último que sair que apague a luz”.

Em outro momento, ele relata que aumentar a arrecadação parece ser uma preocupação grande do governo. Nesse sentido, ele acrescenta que muito se questiona se o corte de gastos entra nesse esforço. “O prazo é curto. Além disso, para o ano que vem, há uma incerteza quanto às medidas que serão tomadas do lado da arrecadação para garantir aquilo que a gente chama de ‘meta de resultado primário’. Esse é o debate que vai se intensificar até o fim do mês”, comenta Salto.

Em outro momento, o economista diz que a discussão da proposta orçamentária “mobiliza corações e mentes” e, nesse caso, o sentimento está ainda mais evidente. “Primeiro porque este é o primeiro ano do novo governo. Além disso, temos o arcabouço fiscal jogando um pouco de ‘areia’ nessa discussão”, avalia, finalizando que, em sua visão, Fernando Haddad, ministro da Fazenda, tem conseguido liderar o processo orçamentário. “Ao manter Haddad com a força que tem, as forças contrárias vão sendo neutralizadas”, finaliza ele.

Leia também: Especialista diz que falta de transparência dos cálculos do governo reduz credibilidade no país

Alisson Ficher

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