A Polícia Civil do Rio de Janeiro indiciou, nessa terça-feira (04), o vereador Jairo Souza Santos Júnior, conhecido como Dr. Jairinho (sem partido), e a professora Monique Medeiros, padrasto e mãe, pela morte de Henry Borel, de quatro anos.
Mãe é presa suspeita de torturar filho de 3 anos no Rio de Janeiro
De acordo com a entidade, ambos foram indiciados por homicídio duplamente qualificado – impossibilidade de defesa da vítima e pelo emprego de tortura.
Segundo o laudo do Instituto Médico Legal (IML), o menino, morto no dia 8 de março, sofreu 23 lesões, três delas na cabeça, e morreu devido a uma hemorragia no fígado provocada por ação violenta.
Além do homicídio, Jairinho também foi indiciado por dois episódios de crime de tortura ocorridos em fevereiro e Monique, por tortura por omissão, pois, segundo as investigações, ela sabia que o filho estava sendo torturado e não agiu para evitar o crime.
Agora, o inquérito será analisado pelo Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, que vai decidir se denuncia ou não o casal pelos crimes contra Henry Borel.
Mãe de Henry muda versão
Durante seu depoimento à polícia, a mãe de Henry havia dito que ele tinha caído da cama. No entanto, em cartas escritas na prisão, ela mudou sua versão e disse que mentiu porque tinha medo de Jairinho e afirmou ter sido manipulada. A defesa quer que a polícia tome novo depoimento da professora.
Para o delegado Henrique Damasceno, que conduziu as investigações, a versão absolutamente descabido, pois ela foi ouvida por horas e não deu nenhum indício de que a sua nova versão acontecesse.
“Por lei, ela terá oportunidades para se manifestar em juízo: na presença de seus advogados, promotor de justiça e juiz de direito. A única pessoa que foi calada nessa situação toda foi o Henry. Ele foi calado. Ele pediu ajuda e não foi ouvido. Ela teve oportunidade de se manifestar”, disse ele nesta terça (04).
Defesas criticam as investigações
Em nota, a defesa de Jairinho criticou a celeridade do processo. “Esta pressa não é aconselhável em um processo de alta complexidade. A pressão da opinião pública não pode interferir sob pena do cometimento de erros graves”, informou a defesa.
Segundo os advogados de Monique, ela é inocente “neste hediondo crime que vitimou seu filho”. Ainda de acordo com a defesa, o inquérito policial foi finalizado prematuramente com erros investigativos.
“Foram reinquiridas várias pessoas e admitida mudança de seus relatos. Monique não teve igual direito, em ‘dois pesos e duas medidas’”, disse em nota os advogados.
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