Um dossiê feito pela Justiça do Mato Grosso do Sul mostrou que funcionários e idosos que viviam na Casa do Aconchego, em Campo Grande, sofreram maus-tratos e humilhações no local. Hoje, a casa é composta por 24 internos – todos possuem comorbidades.
O laudo da Justiça do Mato Grosso do Sul veio à tona nesta quarta-feira (19), mas as investigações começaram em novembro do ano passado quando câmeras de segurança flagraram a até então presidente da instituição, Suely Gomes dos Santos, cometendo tanto agressões verbais quanto psicológicas.
Segundo o documento, psicólogos ouviram diversas pessoas, como uma assistente social do local. De acordo com essa pessoa, Suely Gomes mudou de comportamento durante o tempo. Isso porque, em um primeiro momento, a mulher era engajada e sempre disposta a ajudar. Todavia, depois, ela começou a “humilhar, constranger e acabar com as pessoas em público”.
Segundo essa assistente social, os idosos reclamavam dos episódios de humilhação para uma fisioterapeuta do local, pessoa essa que eles tinham muita intimidade. Segundo o dossiê, um dos idosos, de 81 anos, revelou que “ficava tenso, com medo de falar e sofrer retaliações por parte da então diretora da instituição”.
De acordo com esse interno, ele foi vítima e presenciou ofensas e humilhações feitas por ela que era, segundo ele, “grosseira no modo de falar e tratar as pessoas”. “Ela usava seu papel de autoridade para ofender e humilhar a todos na casa”, diz o laudo.
Conclusão do dossiê
Segundo a Justiça do Mato Grosso, as investigações mostraram que a ex-presidente do local cometeu maus-tratos e violência psicológica com os idosos. No documento, a Justiça do estado afirma que “alguns deles, principalmente os que foram mais perseguidos e hostilizados, apresentaram comprometimentos emocionais e, em alguns casos, o agravamento do quadro clínico e comportamental, como resposta ao contexto de violência e maus tratos”.
Como exemplo de situação grave ocorrida na gestão da mulher, o documento revela uma passagem ocorrida quando Suely deixava uma das idosas sem casaco, em dias frios, e obrigava essa vítima a dormir fora do quarto. Essa idosa, segundo o dossiê, desencadeou depressão e ainda se recusou a receber alimento e medicação durante um bom tempo. Por fim, o documento ainda mostrou que a situação emocional dos idosos e dos funcionários melhorou quando a mulher foi afastada.
Leia também: Grupo oferece recompensa para quem indicar onde estão os assassinos de um produtor rural e seu filho em MS